quinta-feira, 14 de maio de 2009

Complexo dos dois meses/ Moda.

Chegou o tão costumeiro complexo pra acabar com tudo. Trouxe a segurança, afastou os modos de bárbara, os tiques e transbordamentos. 
Isso broxa. Embora tente sustentar, broxo. Mas não deixo, porque dessa vez não é permitido broxar.


Mudando:

Moda fútil não.

Já pensei tantas vezes quantas foram possíveis na futilidade da minha futura profissão. Imaginei todos os anos de estudo e investimento sendo transformados em linhas, tecidos, vestidos e desfiles e pensei ser inútil. Vi amigos falando em salvar vidas, descobrir e proteger espécies animais e ecossistemas, ajudar em problemas sociais e peguei-me falando calada: que merda eu estou querendo fazer!? Vi-me cercada pelo mundo consumista e percebi que vou estimular tudo isso, ser mais uma - ou "a" - marca nas calças, vestidos e camisetas de patrícios(as). Senti-me também pressionada por toda aquela tradição da medicina e do direito, ainda mais quando pensei em fazer medicina e vi a alegria nos olhos da minha mãe ao ouvir o pensamento. Tudo isso foi ao longo do caminho e não agora, mas levei outra bofetada óbvia na cara.
O negócio é que não importa o que antes foi pensado, dito, pressionado. Convicção é o que tenho, e não corro o risco da dúvida, em hipótese nenhuma. A certeza talvez tenha chegado quando vi o que fiz para as minhas Barbies e o prazer de todo o trabalho de fazer uma idéia funcionar no tecido, na linha e agulha, ou no papel crepom e grampeador. Apesar disto, o problema da futilidade ainda embaralhou-me, e lembrei-me do que há muito havia esquecido.
Entre as milhares de folhas desenhadas, existe um papel com um projeto de ação social unido à moda, algo com educação da população, qualquer utopia -ou não, quem sabe é possível - assim. O reencontro com este trouxe para a superfície da minha memória o fato de que pode-se tornar, sim senhor, a moda algo útil.
Um exemplo da utilidade dela é a Campanha Contra o Câncer de Mama, denominada " O Câncer de Mama no Alvo da Moda", criada nos Estados Unidos e trazida para o Brasil há 15 anos pelo IBCC (Instituto Brasileiro Contra o Câncer) com a intenção de divulgar e conscientizar a população feminina sobre a importância da prevenção e tratamento deste. Uma linha de produtos foi criada por uma extensa lista de estilistas - como Alexandre Herchcovitch e Reinaldo Lourenço - e a venda das peças tem o lucro revertido para custear tratamentos, cirurgias, internações e exames, mesmo quando compradas por pessoas que não têm a menor idéia do benefício que estarão fazendo.
Idéias como esta fazem-me lembrar e enxergar que posso fazer uma moda diferente, útil. E fico em paz, não importa o que falem, tampouco quem o faça. E viva a utilidade!  

(Marina Evangelista)



E vai, na loucura insana da maluquecência (q/).

sábado, 25 de abril de 2009

N.B.

"Uma sensação de...
o quê mesmo que se passa?"
(O Teatro Mágico - Os Insetos Interiores)

Às vezes é. O que anda acontecendo? Me pego perdida no meio do caminho, no meio dos pensamentos, das palavras. E acordo, de supetão acordo e assim permaneço um tempo, até perder novamente. Mas não quero perder novamente.

E não quero broxar. Não me deixe broxar. Se broxar...
Não me permito mais broxar. Não dessa vez. Não com. Não co. Não c.

Não.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Parodiando e inventando.

(...) Deus sabe onde eu fui pra me convencer
Que é duro, mas vale tentar (...)



Convenci. Duro. Vale. Um mês de revolução.





Expectadores da própria história. Só falam na correria. Parada muda. Cada num mundo. Fala na calmaria do final.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Lembre e procure (sempre).

"(...) Diz que quando eu for embora
Sempre vai me procurar (...)"
(Canto dos Malditos na Terra do Nunca - Sinta Vontade de Ficar)


E é mais grave do que pensei. Cheguei a esquecer do aniversário de quem achei que nunca esqueceria. Isso porque a cabeça está cheia do vento que derruba os lápis de cor.

Acho engraçado esse negócio de mudança de ares, de círculos sociais. É tão estranho que agora seja tão normal não ter algumas pessoas - outrora tão presentes - na minha vida. Não que essas tenham sido substituídas, veja bem, mas é que outras chegam e ficam ao lado do lugar das que ausentes estão. E as que presentes vivem roubam-me o olhar e o pensamento muitas vezes. E por muitas vezes sinto uma falta imensa dos que estão na minha cara, ali ao lado. Sinto falta do abraço inesperado daquele dia, acompanhado do sorriso que parece saber tudo. Sinto falta, por outro lado, daqueles dias cheios de música pelos quais aguardava sempre. Sinto falta de muitas coisas, exceto de mim. Acho que agora sou melhor do que antes, e não sinto falta de quem era.

Mas sabe de uma coisa? Foda-se se eu esqueci o aniversário. O meu também não foi lembrado.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sonhei.

Convivíamos no sonho, embora a mesma situação da realidade ocorresse. Mas exploravas o território da minha casa e o ambiente familiar, estavas nele. E eu com alguns amigos.
Depois de um dia inteiro de piscina, comecei a desenhar. Chegastes, olhastes o que eu fazia e fizestes algo que nunca ocorreu naturalmente em um sonho. Talvez no espanto da mente consciente ao constatar essa naturalidade espantosa do sonho, assustei-me e acordei.
Mas não acho que acordar tenha sido ruim.
A naturalidade com que chegastes foi tanta...

domingo, 5 de abril de 2009

Um tanto de dor.

Se você quer me seguir, não é seguro
Você não quer me trancar num quarto escuro
Às vezes parece até que a gente deu um nó
Hoje eu quero sair só

Você não vai me acertar à queima-roupa
Vem cá, me deixa fugir, me beija a boca
Às vezes parece até que a gente deu um nó
Hoje eu quero sair só
Não demora eu tô de volta

Vai ver se eu tô lá na esquina, devo estar
Já deu minha hora e eu não posso ficar
A lua me chama, eu tenho que ir pra rua
A lua me chama, eu tenho que ir pra rua

(Lenine - Hoje eu quero sair só)


Ouvi a música e senti falta de quem desatou o nó, e que eu pensei que ia reatar. Mas nada. Hoje doeu um pouco essa dor. Ontem doeu outra. Amanhã qual doerá?

Para a outra criatura, até já disseram: "simpatia é quase amor".
Hahaha.
/Euridici.


Só rindo.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

The end.

Calma, menininha. Não queira ler a última página do livro antes de saber o que ocorre no meio da história. Conforte-se sabendo que, de qualquer modo, chegarás ao final dela, mesmo que não possas adivinhar a última palavra que lerás antes de pousar o livro na estante.