quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Corpo.

Corpo é uma coisa fascinante.
Explorar a própria pele, os tons, as marcas - naturais ou adquiridas. As conexões - não gosto da palavra "juntas", rs, nem "dobras" -, as curvas, as nuances, é uma experiência incrível.
Observar e explorar o corpo alheio, então, nem se fala. E não digo nem sexualmente - também, claro, mas não só. O ato de observar mesmo, até tocar, com a ponta dos dedos. É um passeio único, enriquecedor. É como conhecer alguém - e é - sem precisar abrir a boca.
E aí quando se trata de toque, aparece algo ainda mais legal: As reações. "Se eu tocar aqui, o que acontece?". Um arrepio, uma respiração que muda, um movimento involuntário, um barulho que escapa sem querer.
O desbravamento de um corpo pode ser uma das melhores viagens que existem. E nem precisamos sair do lugar. Mas, se quisermos, também podemos...


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

What Happened, Miss Simone?

- What's "free" to you, Nina?
- What's "free" to me?
- Yeah.
- Same thing it is to you. You tell me.
- No, no, you tell me.
(Laughs)
- I don't know. (interviewer)
- It's just a feeling. It's just a feeling. It's like, "How do you tell somebody how it feels to be in love?". How are you going to tell anybody who has not been in love how it feels to be in love? You cannot do it to save your life. You can describe things but you can't tell them, but you know it when it happens. That's what I mean by "free".
I've had a couple of times onstage when I really felt free, and that's something else. That's really something else! Like, all... All... Like... Like... I'll tell you what freedom is to me, no fear. I mean, really, no fear. If I could have that half of my life, no fear.

E é só o começo. Melhor documentário.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Who Do You Wanna Be Now?

É realmente interessante essa coisa de conhecer pessoas virtualmente. Interessante porque, no fim das contas, você pode agir como quiser. Pode soar estranho, mas é verdade. Não no sentido de enganar alguém, não é isso - pelo menos não no meu caso, rs -, mas de não ter a "obrigação" - entre aspas, porque também ninguém é obrigado a nada - de ser bonitinha, engraçadinha, fofinha. Claro que tudo depende da intenção.
Existe uma liberdade para a sujeira, logo de cara. De poder dizer "eu gosto disso, assim, e você?". Sordidez, rs. Na verdade, pessoalmente também existe essa possibilidade, mas convenhamos que a timidez é maior.
No fundo, é aquilo: Você é quem você é - ou pelo menos deveria ser assim. Se é unnapologetic bitch virtualmente, pessoalmente a coisa pode ficar ainda mais pesada.

32637 X 0 para Guilt-free.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Waves.

Nem sei como começar. Feelings. Let's start from here.
Parece que às vezes vem uma onda (grande) de algum sentimento, e aí.. E aí que não se sabe exatamente o que fazer com ela. Acho que existem dois tipos de onda: A que você quer engolir e se afogar, até desaparecer, e a que você quer surfar, curtir, nadar ou qualquer coisa legal que você possa querer fazer com uma onda.
A primeira pode ser uma daquelas cheias do sentimento/sensação de que está tudo errado, ou de que você fez algo errado e agora precisa limpar a sujeira, ou, nesse caso, secar a onda. E aí, por onde começar? Primeiro, respire. Depois, pegue uma esponjinha, um potinho e um paninho, com muita paciência, e tente fazer o melhor possível (que blábláblá de auto-ajuda idiota, mas enfim) para dar um jeito nessa maré cheia. Isso se afogamento não for uma opção, claro, rs.
A segunda... Depende da situação. Existem ondas legais para nadar sozinho. Momentos de inspiração, por exemplo. Adoro aproveitar o isolamento para desenhar, escrever, ou qualquer coisa do gênero, e acho que instantes desse tipo são extremamente necessários. Mas existem ondas tão grandes e tão boas (não que a anterior não seja ótima) que seriam ainda melhores se não surfadas em solitude. São aquelas que te fazem ter vontade de chamar alguém para navegar junto. Pouco ou muito, pelo tempo que for. E aí me vem esta imagem de um potinho transparente, com um pouquinho da água dessa onda, e um bilhete arrumadinho na tampa, fazendo o convite: "Quer navegar comigo?".

E sim, o final é sobre o gostar.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

O Universo em um Gesto.

Às vezes fogem as palavras, fogem os tons, fogem até os desenhos. O que nunca foge é o movimento. Em algumas situações, acho que deveria bastar um gesto - gesto mesmo, movimento, não atitude bondosa ou qualquer coisa neste sentido - totalmente não verbal - e não óbvio, como mostrar o dedo do meio, rs - para demonstrar o que queremos dizer. Mas não creio que isto seja para todo mundo. Não por nada - e aqui não quero soar arrogante -, mas expressão corporal é algo que se tem por natureza, uns mais, outros muito, muito menos, tornando essa "comunicação" mais difícil. Não sei se temos como dizer que alguém tem expressão corporal nula, porque, a partir do momento em que você se move minimamente, você se expressa. Mas, e os totalmente paralíticos? Movimento dos olhos entraria em movimento/expressão corporal? Hum, talvez não, acho que é algo separado. Enfim, tudo bem, estou divagando.
O que eu estava dizendo é que eu encontro essa "voz fugida" na dança, em suas mais variadas formas, para a expressão dos mais diversos sentimentos.
Já dancei para mostrar a raiva, já dancei para relaxar um pouco mais. Já dancei para não pensar, já dancei para pensar mais. Já dancei por sentir amor, já dancei para seduzir.
Por mais que as músicas dançadas muitas vezes tenham letras, elas sequer são necessárias - neste caso, digo. É apenas ritmo. Apenas movimento. Apenas sua alma derretendo. Ou sublimando. O sentido - para cima, para baixo, para a esquerda, para a direita, diagonal ou whatever - não importa, e nem é você quem escolhe. It goes with the flow. So, let it flow. E nem precisa de música para dançar.
A dança é a minha praia. É "minha mãe, minha filha, minha irmã, minha menina". Se não fosse, seria a música - a produção da mesma. Porque, o que é a música senão o (belo) movimento das ondas sonoras pelo espaço?
Está aí. A chave do meu universo é o movimento. Puro e simples.
Encontrei minha forma de comunicação codificada. Movimento. Não vou mais usar palavras, apenas me moverei. Olha que maravilha!
Encontrei a resposta para a minha existência.
Agora, talvez, possa dormir.
Boa noite.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

The Importance of Slowing Down

In a world where everything gets faster and faster - and I wonder where all this speed is going to lead us -, we almost don't have time to feel anything. Almost.
Actually, it occurs to me that the real fact is that we don't want to have time to think and feel most of our feelings, because we're afraid of their effects on us.
And this "avoiding" fits both bad and good feelings. For example: Falling in love. People are afraid of it, these days, because, despite the fact that it's an amazing feeling, it's a hard thing to deal with, it can hurt you. A lot. So, we rather talk to people on the internet, choose one to hang out one day and bye bye, next, next, and next.
If we think about a bad feeling, it's even easier to desire a distraction. Take pictures, watch movies on the internet, whatever it takes to change the focus.
So, we look for something to do all the time, and we're always in a hurry, and demanding things very fast.
When we slow things down, we feel everything. The emotions have space and time to appear, to overrun our hearts and minds. It's important to have these moments, to really feel what is inside of us.
Even if we think about it literally: Try to walk slowly (really slowly), inside your house, with your eyes closed (or not, but try not to get distracted) and no shoes. Feel your toes touching the floor and the lack of control of your own body. It's almost like to be released.

I'm slowing down now.

P.S.: What a shitty text. But I don't care, I'm still guilt-free, rs.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Sobre sorte e processos.

Pensei em mil coisas. Uma delas, e que sempre considerei uma verdade, um fato: Eu tenho muita sorte. Sorte de encontrar pessoas (e oportunidades também) certas, nos momentos certos. E o melhor, sem nem esperar por isso. Naturalidade é a melhor coisa que existe, e sempre será. E não digo por nada específico, é por ter momentos de alegria, de felicidade, tão gratuitos, que chegam a ser questionáveis. Ou não, sei lá.
Outra coisa que passou na minha cabeça por esses dias: Abramović diz que um artista não deve forçar sua produção, que as coisas devem vir de uma inspiração, de um sonho. Concordo. Mas acho que também deve-se facilitar o processo. No caso dos desenhos, por exemplo... Já tive fase de me culpar por fazer retratos, pelo fato de eles não serem desenhos totalmente autorais. Hoje, já não vejo assim. Acho que é um processo de apropriação, de treino, de se abrir para ter ideias. Sei lá... Guilt-free (or guilty-free mesmo, rs. Se é para ser assim, que seja do jeito que saiu a escrita naquele momento, não? Rs. Acho válido).
E é isso. Meio torto, meio incompleto, mas tá tudo certo. =)