segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Supermassive Black Hole

Sometimes I think I'm full of holes.
Knowledge holes, emotional holes, memory holes (perhaps I should use gaps instead of holes, but I don't want to and I don't care, rs. Language is freedom - or not, but I have no intention to start this wonderful discussion right now, rs)...
Now, if I'm full of holes, how can I be a whole person?
In the middle of all of these holes, there is a big black hole called exhaustion. All of my holes, that are part of my whole person (dammit, this text is just getting worse and worse, rs), are being sucked into the black hole. A beautiful supermassive black hole.

Shit.
Soçobrar.

Qual é a sensação?

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Imagine.

Exitem coisas que não podem ser realizadas parcialmente. Por exemplo, se queres construir uma casa, não podes fazer pela metade a estrutura que a sustenta. Não é preciso entender de obras para saber que, se a obra assim for feita, muito provavelmente alguma parte da casa estará comprometida e ruirá a qualquer momento, e todo o trabalho feito até então terá sido em vão. Acredito que até aqui estamos todos de acordo, certo? Então sigamos.
A respeito da educação, eu penso a mesma coisa. Não dá para esperar que um aluno seja bom e educado se ele não foi estruturado para tal. Não importa quantas aulas, não importa quantas atividades e reforços, reuniões e chamadas de atenção: se não há estrutura, não adianta querer completar o telhado. E a estrutura aqui é formada tanto pela família quanto pela escola.
Mas aí surgem várias questões e, entre elas, uma das mais cruciais é: qual é o papel de cada pessoa/instituição no processo educativo de um cidadão? Os pais devem fazer todo o trabalho com relação à questões básicas como respeito, bons modos? O professor deve restringir-se à matéria a qual leciona? É complicado.
Particularmente, acredito que a configuração em que a sociedade se encontra - muita informação o tempo todo, o que pode fugir ao controle dos pais; crianças permanecendo na escola em tempo integral; pais ausentes por excesso de trabalho (os eventuais casos de futilidade ou aborto opcional - metaforicamente falando, é claro - eu prefiro ignorar) e inúmeros outros aspectos -, tem tornado as linhas que estabelecem os limites entre esses papéis cada vez mais tênues.
Mas antes que possa ser mal compreendida, esclareço: não estou aqui dizendo que os professores devem tomar para si o papel de pais e simplesmente fazerem todo o trabalho de educação dos filhos alheios por conta própria. Não é isso. O que quero dizer é que existem questões que surgem em sala de aula que, na minha concepção, não podem ser ignoradas quando ocorrem ou, pelo menos, eu, mesmo sendo "apenas a professora de língua estrangeira", não consigo ignorar, pois tocam em um aspecto muito maior do que a mera educação curricular: tocam na humanidade.
Não consigo, por exemplo, ver o surgimento da questão de gênero e papel social quando alguma criança diz que "rosa é cor de menina" e não falar nada. Não é o caso de dar uma aula sobre sobre isso, mas é o caso de dizer que rosa é só mais uma cor, como todas as outras, e que qualquer um pode usar a cor que quiser, pois não há problema nenhum nisso. Faz parte da matéria que ensino? Não. Faz parte da educação? Sim. Não é nada, não é muito esforço e talvez nem mude a ideia da criança, mas é uma tentativa e, para a minha consciência, já é alguma coisa.
Sei que não dá para intervir em todas as situações, sei que não dá para esperar que o mundo mude com um comentário, e sei também que às vezes cansa - e muito - , mas acho necessário. Não dá para esperar que um garoto mais velho não chame o outro de "viadinho" porque está vestindo uma camisa rosa se, na outra oportunidade que tive, eu nem tiver tentado dizer que rosa não é um problema - ser "viado" também não, mas se dizer que rosa não é um problema já pode causar uma situação complicada com os pais (é, pois é, pode), imagine dizer algo sobre orientação sexual, rs, então aí pedimos ajuda.
No fim, tudo isso é pra dizer que eu tento, e acho que não custa todo mundo tentar. E acredito que se ainda há uma esperança de uma sociedade minimamente melhor, escola e pais precisam trabalhar juntos sim, inclusive quando questões de gênero, machismo e sexualidade surgem, pois tudo isso está dentro de uma coisa muito maior, que é o respeito. Ainda tenho essa esperança, acho, e vou tentar não me tornar mais uma do grupo dos que desistem de tentar.



"You may say I'm a dreamer, but I'm not the only one". Apelei mesmo, rs, guilt-free.


sábado, 29 de julho de 2017

Little Moments of Poetry

Alain de Botton once said that one of our problems is the optimism, because it makes us think that hapiness is like a country we have to discover and live in forever (not really forever, but for a really long time) when, actually, all we can truly achieve is a bunch of "little moments of poetry" (I just loved this expression). I couldn't agree more.

I was thinking about how we live our ordinary lives everyday without minding if there's a reason or a final purpose for everything, and it reminded me of Alain's speach. Maybe the secret of life is discovering what makes us have these little moments of poetry and, once we discover their cause, we achieve our goal. Maybe this is hapiness: the discovery of what makes you have moments of poetry and live life causing and enjoying them. Maybe this is the key, maybe this is the purpose of life.

One can think "well, but it looks like a pretty easy goal to achieve", but I don't think so, because you have to do so - the discovery - while living a bunch of difficult moments that can ruin your poetry with the blink of an eye.

Well, I don't know, but from now on, instead of asking "are you happy?", I'm going to ask "are you having a little moment of poetry?". Haha.


terça-feira, 18 de julho de 2017

Sobre aqueles mistérios.

"A consciência, bem o sabemos, não é senão uma parte restrita do nosso intelecto, o qual, obscuro no seu interior, volta-se para o mundo exterior com todas as energias de que dispõe. Todos os seus conhecimentos perfeitamente seguros, digamos certos a priori, dizem respeito somente ao mundo exterior, podendo-o ainda em tal campo, aplicando-se certas leis de caráter geral, que têm em si mesmas o próprio fundamento, distinguir de um modo infalível o que é possível e impossível fora, o que é necessário e o que é supérfluo. Foi assim que ficaram estabelecidas as matemáticas puras, a lógica pura e também as bases da ciência natural, todas a priori. Em seguida à aplicação dessas formas conhecidas a priori aos dados fornecidos pela percepção sensível, depara-se-lhe o acesso ao mundo visível ou real, tornando-lhe, ao mesmo tempo, possível a experiência; mais tarde, a aplicação da lógica e a faculdade de pensar, que constitui a base, neste mundo exterior revelado pelos sentidos, fornecer-lhe-á os conceitos, abrirá às suas atividades o mundo das ideias, permitindo, consequentemente, nascimento às ciências e frutificação, por sua vez, aos seus resultados. É, portanto, no mundo exterior que a inteligência vê diante de si a luz mais fulgurante. Todavia, no interior tudo é sombra, como em telescópio bem enegrecido: nenhum princípio a priori iluminará a noite do nosso forum interior; são faróis que reverberam unicamente para fora."

(Schopenhauer - O livre-arbítrio)

Quando eu disse que não importava o quanto soubéssemos, o quanto buscássemos e o quanto descobríssemos, porque sempre deixaríamos algo escapar, era sobre isso que eu pensava sem sequer saber. Nunca saberemos os limites das nossas sombras ou a origem real e concreta dos mistérios que surgem em meio a elas, pois os faróis iluminam para fora. E tudo bem, assim caminha a humanidade.

quarta-feira, 5 de julho de 2017


              I don't draw just because I like it. I draw because I need it to keep me sane. I don't know if someone has said it before but, anyway, I'm saying.