sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

I died a hundred times.

Enrolava para ir para a cama quando me deparei com um programa na televisão: Pedro Bial entrevistando Costanza Pascolato. Hum. Falavam sobre a vida dela e, em dado momento, ele comentou algo sobre viver várias vidas em uma só. Só que isso também significava morrer várias vezes, na concepção do entrevistador.
Não foi muito explorada essa vertente moribunda da conversa, mas foi justamente a que ficou ecoando por aqui. Ser várias pessoas em uma vida ou viver várias vidas em uma, vá lá, fácil de imaginar. Mas quantas vezes morremos em uma vida? E por quais motivos?

Amy Winehouse cantou ter morrido cem vezes, provavelmente de tristeza pelo relacionamento, considerando o contexto de Back to Black. Mas talvez hajam outras razões para morrer que não a simples tristeza. Difícil pensar, mas talvez a necessidade de mudança em algum aspecto nos faça morrer de alguma forma - ou, pelo menos, matamos aquela pequena parte que necessitava ser mudada, com dor ou não, rs.


Talvez eu só tenha gostado da expressão pelo ar dramático, sabe como é - esse ascendente em câncer, que eu jurava e preferia que fosse leão, embora não faça a menor diferença na vida.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Àqueles que sabem viver como que se extinguindo.

Em princípio, uma sensação gélida na boca do estômago.
Ulterior, minguou, como uma lua.
Por fim, foi-se extinguindo, como queria Zaratustra, até tornar-se imperceptível a olho nu. Até tornar-se nada.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Sub.

Seriam os sonhos uma forma de o subconsciente trabalhar e tentar resolver questões - conscientes ou não - ou seriam apenas a expressão de desejos - conscientes ou não, também - ? Talvez ambos. O fato é que alguns podem ser perturbadores.

Mudando de assunto, havia no banheiro de um bar um quadro com os dizeres "todo mundo erra sempre". Fiquei pensando se era isso mesmo, se todo mundo - eu inclusa, claro - erra sempre. "Talvez sim", pensei, "e que merda". Mas depois disseram-me que o quadro deveria ser sobre a mira do xixi no vazo sanitário - olha o papel do contexto aí, rs -, e então fiquei mais aliviada em pensar nessa interpretação simplista.

Simples é melhor, embora às vezes seja difícil de alcançar.

And where is that cigarette now?

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

It may be another stupid theory (or not).

Spontaneity is something that demands a level of self-freedom that may be difficult to deal with - even to the person who is like that, spontaneous. Or not.
To reach that level, a high dose of self-knowledge - therefore a high dose of knowledge about the person's own feelings - is necessary. Or not.
In other words, spontaneity takes a lot of self-security - about what you are, want and feel. Or not.

Bleh, what a crap. Or not.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Sobre crenças (e cadê minha dose para a minha cabeça dar uma sossegada?)

Em uma sessão, foi-me dito que crenças são criadas para serem comprovadas. Em outras palavras, nós as criamos na expectativa de termos razão - claro, caso contrário, qual seria o ponto, não é mesmo? Dã. O problema é que aparentemente não há uma distinção entre crenças positivas e negativas. Mas as crenças sobre as quais estou falando não são de cunho religioso. Não. São crenças mais relacionadas com a personalidade, ações e relações de quem crê, interagindo com pessoas, personalidades, ações e relações outras. Ok.

Exemplificando: Se uma pessoa crê que é fracassada, ela agirá de modo a comprovar que sim, ela é fracassada. Aparentemente estúpido, mas (involuntariamente, creio) acontece. Sabotagem.

A questão é mais profunda que isso, lógico, mas é que fiquei me perguntando se fazemos esse tipo de coisa só para termos controle e certeza sobre alguma crença, ainda que seja uma que dependa totalmente de nós mesmos - desconsiderando as dificuldades internas. Ter uma certeza no meio de todas as incertezas pode parecer atraente. Ainda que uma certeza ruim. Ainda que uma certeza sobre a qual temos controle (teoricamente) para modificar, quando ruim.

Well, sei lá. Papo de autoajuda. E eu quero ajuda de álcool, please.

Acho que quero ser belief-free. Rs.

domingo, 28 de agosto de 2016

Meio complicado, meio esquisito, sei lá.

Ainda não comecei a ler o livro que acabei de baixar. Falo como se estivesse tendo uma conversa interna com essa página em branco, rs. "O Livre Arbítrio", de Santo Agostinho. É esse o livro de que falo. É que ando para cima e para baixo com uma ideia fixa. Certa, errada, tando faz. Mas é uma ideia. Comecemos.

O livre arbítrio que acreditamos ter é, na verdade, limitado. Alguém já deve ter falado sobre isso, mas ainda não li. Quando ler, volto a escrever, talvez com outra visão.
O fato é que, pelo fato de sermos como somos - cada um com seu conjunto de complexidades -, temos uma gama de ações e decisões que somos capazes de tomar ou não.
Primeiramente, nesse conjunto de complexidades, vêm as questões estabelecidas pela genética. É nesse primeiro ponto que uma considerável parte do que teríamos de livre arbítrio já nos é roubada. Temos deficiências, transtornos mentais - graves ou não -, orientações - sexuais, por exemplo - e limitações que já não nos permitem fazer uma parcela do que supostamente seríamos livres para fazer. Já nos é colocada uma barreira antes mesmo de tomarmos consciência sobre as possibilidades existentes.
Em seguida, temos as relações. A primeira delas também não escolhemos: a familiar. E essa já molda e transforma o indivíduo de uma maneira extremamente forte e, algumas vezes, de forma irreversível. Em outro livro que estou folheando - O Ciclo da Auto-sabotagem -, o psicólogo cita casos de pacientes que buscam inconscientemente em suas relações a reprodução - ou o complemento - de tudo o que tiveram - ou deixaram de ter - na infância com seus pais. Ou seja, inconscientemente, já não somos tão livres para escolher os tipos de relações que queremos, pois em maior ou menor grau estamos condicionados a buscar um modelo - independente de qual seja - que já foi digerido e fossilizado em nosso íntimo como sendo o necessário para estarmos em nossa zona de conforto familiar - por mais desconfortável que a relação possa, na verdade, ser.
Por fim, as próprias relações outras que estabelecemos com as mais diversas pessoas ao longo da vida - e as situações que envolvem esses relacionamentos - vão nos moldando de tal maneira que em algum ponto, nós mesmos acabamos por tomar atitudes - ou deixamos de tomá-las - sem nem conseguirmos explicar o motivo. Estamos, de alguma forma, sim, condicionados.
Somos livres para escolher e fazer uma série de coisas, claro. Mas a gama de possibilidades parece ser, no fim das contas, bem mais limitada do que pensamos. A saída é tomarmos o máximo de conhecimento sobre nós mesmos para, talvez assim, sermos realmente livres.
Complicado.