Por exemplo, quando se descobre que determinada pessoa da sua família, que nem é próxima de você, tem alguma doença como o câncer. Inicia-se uma repentina preocupação, um tal de "nossa, mas eu preciso falar com ela(e), porque ela(e) pode morrer e eu nem dei atenção.
Um monte de besteira, na minha opinião, porque aqui não existe absolutamente nada de altruísta, é uma bobagem egoísta, porque pretende livrar um sentimento de culpa que surge pela constatação de que, a vida inteira, você não deu bola pra alguém que hoje pode morrer.
Se duvidar, as pessoas param até de falar mal do moribundo, porque se torna "feio".
Quanta bobagem! Se a indiferença foi sempre sincera, por que mudar no último instante para uma preocupação fingida?
Às vezes nem é necessário que determinada criatura esteja doente, basta que esteja envelhecendo. "E se morrer e a última coisa que eu fiz com ela(e) foi brigar?", é o que aparece na mente. E aí deixamos a briga pra lá, novamente sendo egoístas, evitando um possível futuro sentimento de culpa.
Seria isso o resultado de todas aquelas questões pregadas sobre reencarnação, por exemplo? De ter que voltar continuamente enquanto houver uma questão não resolvida - não que uma briga vá fazer você voltar, eu acho -? Ou mesmo no Antigo Egito, onde acreditava-se que o coração - considerado a sede da consciência e onde pesariam as boas e más ações - seria pesado por Anúbis em uma balança com uma pena como contra peso, e tendo que ser o coração mais leve do que a mesma para que a alma pudesse ir para o paraíso?
Essa necessidade de altruísmo fingido seria resultado de todas essas crenças? Provavelmente.
Outra coisa que ocorre é a santificação de pessoas que já morreram. Parece que depois que determinada pessoa sai do meio de convivência, percebe-se que ela era, na verdade, uma criatura muito boa, sem defeitos, pura maravilha.
É porque falar mal de morto é feio, né?
P.S.: só estou falando sobre isso porque tenho visto muitas séries, ok? Não está acontecendo nada.