segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Miedo que da miedo del miedo que da.

O medo nunca foi um grande companheiro na minha vida, mas os momentos em que me acompanhou ficaram marcados, e ainda ficam, porque nunca se deixa realmente de ter medo.
Lembro que um grande medo da minha infância era que a minha mãe morresse. Sim, ao contrário do que dizem das crianças, que sempre acham que seus pais nunca vão morrer, eu tinha a paranóia de achar que a minha mãe ia morrer a qualquer momento. Cada saída dela sem aviso prévio, cada telefonema meu não atendido era motivo de pânico e choro, mesmo, sem exageros.
Hoje os medos são outros, bem diferentes mas igualmente importantes. Tenho mais deles agora do que costumava ter, e isso é lógico, pois hoje penso além das simples brincadeiras de Barbie ou da bronca que poderia levar se aquele tal vaso chinês quebrasse - e um dia quebrou por causa de uma ventania que deu em casa, haha. Medo de não ter sucesso na profissão, de perder pessoas queridas - não por morte, mas por afastamento mesmo, como já ocorreu e fez doer muito - de não ter dinheiro suficiente pra pagar as minhas contas quando eu morar sozinha, de morar sozinha, de um talvez futuro "nós", de pessoas, de não ter mais tempo, de acabar o ar respirável e a água tomável, de me tornar mais intolerante do que sou, de afastar pessoas sem a intenção, de afastar com a intenção. Mas não, não tenho medo de morrer, não mesmo .
Resumindo, acho que me tornei uma medrosa. E isso me dá medo.

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