quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Dying Changes Everything

É incrível observar como o comportamento das pessoas com relação umas às outras começa a mudar quando a questão "morte" começa aparecer.
Por exemplo, quando se descobre que determinada pessoa da sua família, que nem é próxima de você, tem alguma doença como o câncer. Inicia-se uma repentina preocupação, um tal de "nossa, mas eu preciso falar com ela(e), porque ela(e) pode morrer e eu nem dei atenção.
Um monte de besteira, na minha opinião, porque aqui não existe absolutamente nada de altruísta, é uma bobagem egoísta, porque pretende livrar um sentimento de culpa que surge pela constatação de que, a vida inteira, você não deu bola pra alguém que hoje pode morrer.
Se duvidar, as pessoas param até de falar mal do moribundo, porque se torna "feio".
Quanta bobagem! Se a indiferença foi sempre sincera, por que mudar no último instante para uma preocupação fingida?

Às vezes nem é necessário que determinada criatura esteja doente, basta que esteja envelhecendo. "E se morrer e a última coisa que eu fiz com ela(e) foi brigar?", é o que aparece na mente. E aí deixamos a briga pra lá, novamente sendo egoístas, evitando um possível futuro sentimento de culpa.

Seria isso o resultado de todas aquelas questões pregadas sobre reencarnação, por exemplo? De ter que voltar continuamente enquanto houver uma questão não resolvida - não que uma briga vá fazer você voltar, eu acho -? Ou mesmo no Antigo Egito, onde acreditava-se que o coração - considerado a sede da consciência e onde pesariam as boas e más ações - seria pesado por Anúbis em uma balança com uma pena como contra peso, e tendo que ser o coração mais leve do que a mesma para que a alma pudesse ir para o paraíso?
Essa necessidade de altruísmo fingido seria resultado de todas essas crenças? Provavelmente.

Outra coisa que ocorre é a santificação de pessoas que já morreram. Parece que depois que determinada pessoa sai do meio de convivência, percebe-se que ela era, na verdade, uma criatura muito boa, sem defeitos, pura maravilha.

É porque falar mal de morto é feio, ?







P.S.: só estou falando sobre isso porque tenho visto muitas séries, ok? Não está acontecendo nada.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Homem Cordial na Universidade

Entre os diversos textos e livros com os quais precisei ter contato esse ano, destaca-se o chamado Raízes do Brasil, do Sérgio Buarque de Holanda - sim, o pai do amado Chico. O capítulo destacado para a leitura a ser feita por nós alunos foi "O Homem Cordial".
Não pensem que "cordial" aqui é um elogio, no sentido de "afetuoso, franco e sincero" (Dicionário Michaelis), mas sim uma espécie de ironia, um desprezo por ser algo "relativo ao coração".

Esclareço-me: o homem cordial seria aquele que relaciona qualquer atividade da vida - principalmente a profissional - ao coração. É aquele que carrega uma grande carga dos valores familiares, a ponto de não conseguir distinguir as relações profissionais de um modo que possa fazer parte de uma rede eficiente de produção. Vou exemplificar melhor: é aquele que não consegue ao menos competir com seu colega de trabalho por um determinado cargo, justamente por ele ser seu colega e por essa concorrência ser, de certa forma, contrária aos valores familiares. Não quero dizer que os colegas tenham que lutar até a morte para se sobressaírem aos outros, mas eles precisam fazer o seu melhor para chegar a algum lugar, mesmo que isso signifique que nem todos os colegas alcançarão o mesmo cargo.
Nesse mesmo capítulo, fala-se da existente necessidade, que algumas pessoas têm, de criar laços de amizade juntamente com as relações comerciais: o vendedor transforma, muitas vezes, seu freguês em amigo, assim como o freguês escolhe o vendedor com o qual mais simpatiza para comprar algo.

O ruim do homem cordial não seria então seu conjunto de boas maneiras, sua franqueza e sua sinceridade, mas sim a mania de dar um tom emotivo a todas as suas relações - principalmente as que não são familiares.

Na época em que lemos esse texto, foi pedido que analisássemos o homem cordial na universidade, o que, no caso, corresponderia às nossas relações com os colegas.
É nesse ponto que começo a analisar os trabalhos em grupo, aqueles tão famosos pela existência de uma espécie de padrão quase unânime e freqüente: uma parte do grupo faz o trabalho, enquanto a outra se encosta (é mentira?).

Por que nos sujeitamos a carregar aqueles 2 ou 3 - quando não mais - que em nada acrescentam no trabalho? Vejo aqui duas possibilidades: ou os ditos "encostados" são amigos nossos, aos quais não queremos prejudicar - em questão de nota, porque o aprendizado não pode ser feito por osmose só porque queremos ajudá-los -, ou existe um medo de criar um ambiente um tanto hostil para conviver com essas criaturas pelos próximos anos do curso, no caso de falarmos todas as verdades.

Para acabar com esse homem cordial, é lógico o que deve ser feito: os encostos não devem ser tolerados e cada um deve trabalhar como pode ou mesmo como lhe é designado fazer. Mas existe esse medo da hostilidade, além do medo de, um dia, necessitar de um favor profissional desse mesmo colega que foi criticado por não ajudar em nada - e que poderia então não te ajudar, porque você não o "ajudou" em outra época.
O problema é que sempre temos medo dessa possível "vingança", porque esse costume, o de vingar algo que não nos agrada, existe - e não me diga que nunca pensou, nem um segundo, em vingança, seja profissionalmente ou não.

Em uma civilização ideal, o colega, pra começo de conversa, nem se encostaria, e sim faria o seu trabalho. Mas no caso de se encostar e outro colega - aquele que faz o trabalho - reclamar, o encostado enxergaria e consertaria seu erro, e nem pensaria em se vingar pela reclamação, pois não haveria motivo, considerando que o errado seria ele.
Porém, como não existe essa civilização, ficamos nessa de ter medo de eventuais necessidades de ajuda e de futuras vinganças e acabamos ficando calados, fazendo o melhor trabalho possível, sozinhos. E afogamos nossas mágoas resmungando com os outros colegas que fazem.

Para quem se ilude: isso nunca vai acabar, viu?

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Relembrando o que não deveria.

"E até quem me vê lendo o jornal na fila do pão, sabe que eu te encontrei." (Los Hermanos - O Último Romance)

Faz agora quase um ano desde a última vez que vi/falei com o Mr. Platônico 2009. Parece que foi ontem que entreguei, tremendo, o primeiro desenho que fiz pra ele - eu bem sei o esforço hercúleo necessário para essa entrega.
No tempo imaginário - que na minha concepção é construído por uma linha de lembranças e não acompanha o tempo cronológico real -, não faz um ano desde a última vez que eu fiquei na fila do caixa da padaria lembrando dessa música e pensando que, se fosse real - o que era imaginário -, talvez fosse realmente visível tudo o que se passava em mim.
Não esqueci toda a tristeza e tudo de ruim que já quis falar por tantos motivos.

Mas é engraçado ver como o tempo passa e sua cabeça se ocupa de tantas outras coisas que você até esquece um pouco do que passou - não definitivamente, é claro.
É só que agora eu lembrei, ouvindo Los Hermanos, logicamente. Acho até que me obrigo a lembrar, justamente pra não gastar mais desenhos com esse tipo de coisa (HA HA).

Não me perguntem o motivo de eu ter voltado a esse assunto. Eu não sei. Talvez sejam as férias. Sabe como é: "cabeça vazia, oficina do diabo". Ou qualquer coisa assim.


"Sinto que é como sonhar, que o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer." (Los Hermanos - O Vento)

Parei.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Leite e Nescau

Já me foi dito, certa vez, que não podemos querer que a vaca - estou falando no sentido literal, não é xingamento, acalmem-se - nos dê leite com Nescau, porque a única coisa que ela pode nos dar, com certeza, é o leite. O Nescau... Bem, o Nescau você arruma, se fizer questão.
A metáfora, na época, foi utilizada para falar de pessoas - e aqui, nesse momento, o propósito é o mesmo.
O que quero dizer é que cada um dá aquilo que pode - quando quer, é claro, há essa questão também -, dentro de suas limitações. Não estou falando de limitações financeiras - embora se encaixe no assunto também -, mas sim de limitações sentimentais, presenciais, ou sei lá..
Na verdade, a questão é a seguinte: não posso querer que alguém esteja aqui "ao lado" o tempo todo, porque existem outras coisas no meio, que eu nem sei o que são, mas estão lá, impedindo, pois têm de ser resolvidas.
Mas também tá tudo certo, porque de vez em quando, de quando em vez, aparece o leite. E o Nescau eu arrumo.




And, anyway, if we decide to be angry and talk all the stuff we want, the milk can dry. Forever. Or, at least, for a fucking long time.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

E assim foi o fim.

O sol nascia lentamente. Um raio pálido entrava pelo canto da janela que a cortina não cobria, pois não fora puxada até o fim - Giullia fora puxada antes de terminar a ação.
O raio invasor iluminava seus cabelos louros e cacheados, criando ao redor deles uma aura quase angelical.
A pele, branquíssima, refletia a luz, que competia em palidez. Sua boca estava ligeiramente aberta, e indicaria um sono tranqüilo, não fosse o filete de sangue que escorria dela e manchava o lençol branco, agora já seco. O vermelho que ali ficou contrastava com o azul elétrico dos seus olhos, abertos e vidrados - outro indício de que ela já não dormia.
Já não respirava mais havia três horas, agora que o relógio marcava 5:40 da manhã.
Exceto pelo fato de que Giullia estava morta, tudo no apartamento parecia normal. Na escrivaninha, apenas um bilhete com duas palavras - "ela mereceu" - e um batom vermelho, servindo de peso para o papel.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Diversas imagens, um ser.

Há algumas semanas fui a uma "aula" de mitologia grega relacionada aos dias atuais. Na verdade, formávamos um grande grupo que, guiado pela história de Édipo, refletia sobre as falas dele e das demais personagens e, a partir daí, "filosofávamos" loucamente. Estou falando tudo isso para chegar a um ponto específico da conversa.
Em determinado momento - e aqui está o ponto -, falou-se das imagens que criamos das pessoas, e mesmo dos objetos. Por exemplo, a imagem que temos das nossas mães durante nossa infância e que, em alguns casos, não muda ao longo do nosso crescimento, pois nunca (?) achamos que nossas mães mudaram, enquanto pessoas de fora dessa convivência podem perceber essas alterações e ter imagens diferentes dessa mesma pessoa.
A partir desse ponto, comecei a pensar no que eu e as pessoas ao meu redor, no que nós pensamos sobre mim.
Já vi gente de um determinado grupo de amigos - e as características a seguir geralmente são observadas por amigos meus que provém do círculo de amizades da minha mãe - me achando legal, amorosa e qualquer outra coisa que eu geralmente não consigo identificar muito em mim mesma (é sério). Outros (amigos ou não) acham - com imensa razão, na maioria das vezes, aí posso garantir - que sou grossa, briguenta, chata e suas derivações. E não estou querendo fazer ninguém dizer que estou/estão enganada/enganados, embora possa parecer.
Apesar de todas as rotulações feitas pelas poucas pessoas com as quais tenho contato, existe uma imagem que se sobrepõe às outras: a que eu faço de mim. Pode ser considerada a mais importante - não que eu não goste de saber quais são as outras, é claro, não sou hipócrita, nesse sentido, pelo menos -, por ser eu a conviver com minhas paranóias, manias e doenças todos os dias, e por ser impossível mentir para essa pessoa - as sensações que aparecem juntamente com cada fato que ocorre não permitem disfarces.
Nessa reunião, falou-se que nenhuma dessas imagens é a absolutamente verdadeira, e que cada um pode ter uma (ou várias) interpretações, não sendo necessário que uma anule a outra.
Talvez - e acho que há grande probabilidade - as diferentes imagens que fazem de uma mesma pessoa só dependam da situação em que a observamos. Por exemplo: amigos da minha mãe e alguns amigos meus me viram várias vezes em ambiente familiar - tranqüila, sem pressa, sem irritações, sem barulhos desnecessários, brincando, rindo -, enquanto outros amigos/colegas me viram em sala de aula - irritadiça, resmungando, reclamando do barulho, séria, emburrada.
Então talvez seja tudo uma questão de interpretar essas diversas imagens - levando em consideração a situação em que a pessoa foi observada e a partir da qual foi gerada a imagem - e misturar tudo, porque em algum ponto cada uma delas estará certa (será?), e isso nos dará uma imagem mais precisa de alguém/algo (?).

Sei lá, eu só queria escrever algo. Talvez não tenha dado muito certo, mas é isso aí.

domingo, 10 de outubro de 2010

Tem mais alguém aí.

Um dia você acorda e percebe, no seu interior, a existência de algo/alguém cuja presença por muito tempo - talvez a sua vida inteira - passou desapercebida, até o acordar. Aquilo que agora você enxerga ali, habitando sua vida, seu corpo e sua mente não é nada mais, nada menos, do que isso: um monstro.
E não é um monstro bonitinho como aqueles de filmes infantis, que querem apenas assustar as criancinhas. É um monstro que causa asco, perturbação e espanto de um modo doentio.
Ele aparece nos momentos em que você percebe que por muito tempo não se importou com uma boa parte da sua família, e também naqueles em que você pensa "por que essa criatura está vindo falar comigo agora, se nunca falava? É porque agora estou perto? É porque agora está doente?" ao invés de simplesmente aceitar, de bom grado, uma aproximação.
É um monstro que te faz se achar superior, que faz você nem olhar para o trabalho dos seus colegas, porque na sua cabeça o seu trabalho é o mais fantástico, e ponto. É ele que também te faz ignorar e ironizar pessoas, só porque cansou das brincadeiras idiotas que elas fazem, ou porque simplesmente não vai com a cara delas.
É um bicho, um roedor, que faz com que você se sinta a pior pessoa do universo quando percebe as merdas que faz, e que nunca tinha reparado ou, se sim, havia deixado passar, pensando mais uma vez que era bobagem se importar.
E o difícil é expulsar esse monstro, porque na primeira notícia boa, na primeira conquista que você fizer, ele irá se camuflar novamente, pois o incômodo da sua presença passará - temporariamente, mas passará.
O negócio é, então, tentar nunca esquecer a sensação de dividir a sua alma com "outra" criatura, e assim tentar diariamente fechar as portas para esta.


Yes, that's all about me myself.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Editorial: Kabuki Paulistano

Pela primeira vez na história do Subimundo - e na minha -, será apresentado um pequeno editorial (ensaio fotográfico), que foi produzido e apresentado como trabalho da matéria Forma, Estética e Estesia, do curso Bacharelado em Têxtil e Moda, da Universidade de São Paulo (USP - EACH). A versão apresentada aqui é uma variação da original. I hope you enjoy!



Kabuki Paulistano

Kabuki é o nome de um estilo teatral originado no Japão durante o período Edo (1603 - 1867/68) e que perdura até hoje. Ele é caracterizado por sua extravagância nas vestimentas e, principalmente, nas maquiagens, que criam e enfatizam as expressões faciais dos atores de acordo com o sentimento que se deseja passar.

Relacionamos então o Kabuki com a cidade de São Paulo devido ao dinamismo que ambos apresentam - a existência de um palco giratório e de pontes nas peças nos remete à idéia do movimento da cidade e da imagem que fazemos dela como ponte para um modo de vida mais rico e confortável. A partir daí, pensamos nas emoções e sensações que aqueles que entram em contado e convivem com essa metrópole sentem, e as representamos então com base nas já citadas expressões faciais e maquiagens desse teatro.

As emoções escolhidas foram o Medo - da violência, dos assaltos e do que pode acontecer no próximo minuto; as sensações causadas pelas Luzes da Cidade - que são coloridas e aparecem borradas nos carros, nas janelas dos apartamentos e na iluminação das ruas, conforme passamos apressados, contrapondo também a idéia "cinzenta" que fazemos dessa cidade; a Sensualidade - a cidade como uma pessoa sensual, que atrai os olhares e o interesse de quem está ao seu redor; e a Euforia - causada pela quantidade de opções de entretenimento e cultura oferecidas 24 horas por dia.



Créditos:
Idealização, produção e direção de arte: Augusto Paz (@augusto_paz; http://augusto-paz.blogspot.com/), Frane Rodrigues (@FranFrane) e Marina Evangelista (@Evangelista_Ma).


Edição: Gerson Cruz e Sueli Ferreira de Souza.

Modelo: Beatriz Paz (@Kuro_N3ko).

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Abençoada é a privacidade mental.

Às vezes me pego agradecendo aos céus por ninguém possuir o poder de ler mentes. Imagino como seria insuportável ter que tentar controlar os pensamentos para que outros não os vissem. Ou ainda precisar codificá-los para que os que lessem não conseguissem alcançar a compreensão.
Digo tudo isso porque muitas das coisas que penso não seriam bonitas de se ver - e isso inclui vários aspectos de vários assuntos que percorrem meu cérebro diariamente. Aliás, acredito piamente que nenhum de nós pensa coisas "belas" - sim, o conceito é relativo, eu sei - o tempo inteiro. Até a pessoa mais santa - seja em questão de não fazer maldades ou de não pensar em perversões - já se viu matutando sobre o que supostamente não deveria.
Outro lado positivo da existência dessa privacidade mental é que ninguém pode simplesmente roubar suas idéias boas sem que antes elas sejam externadas. E é por isso que deve-se aprender a calar a boca nas horas certas, para não deixarmos sair por ela o que não sai flutuando do embolado dos nossos neurônios.
Não que eu esteja realmente preocupada com qualquer dessas questões, é só que o assunto de ler mentes surgiu por aí, em alguma conversa da qual já nem me lembro. Mas que é tudo verdade, isso é!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Indecisão.

A vida é feita de escolhas (clichê).
Logo, se eu não sei fazer escolhas, não sei fazer a vida?
E se não sei fazer a vida, faço o que? Me jogo de um prédio da Av. Paulista?
Céus, detesto essas indecisões.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Mania de guardar.

Sempre senti a necessidade de guardar tudo o que acho importante, por mais que, à primeira vista, os guardados possam parecer apenas um monte de tranqueiras.
Costumava guardar conchas do mar, pra me lembrar que era disso que eu gostava quando era criança - elas sumiram, provavelmente em alguma das tantas mudanças geográficas. Ainda guardo recortes de desenhos que achava em revistas infantis e dos quais gostava, assim como o brinquedo "Lego" e aqueles discos coloridos e com animações, conhecidos como "tazos".
Hoje "coleciono" - não é bem essa a palavra - minhas entradas de cinema, ingressos para shows, as cartas que recebia dos amigos quando morava em Natal e qualquer outra bobagem que alguém importante me der.
Mas nada do que coleciono é mais importante do que os desenhos. Gosto muito de desenhar, principalmente retratos de pessoas pelas quais, por algum motivo, tenho apreço. E elas variam desde famosos - cantores ou atores - até pessoas com as quais convivi/convivo.
Para colocá-las no papel, é necessária muita observação, durante muitas horas - e muita paciência também. E então, com o correr do tempo gasto nesse processo, é como se eu acabasse conhecendo melhor a criatura desenhada, de alguma forma - não digo interiormente, porque provavelmente isso é impossível através da pura observação externa. É como se eu pudesse entender os traços, o olhar e até as rugas - se existirem -, e conseguisse imaginar o motivo de cada coisa ter ali o seu lugar - e não me venham falar de velhice.
É como se eu chegasse mais perto, mesmo com a distância imensa. Como se o rosto se materializasse um pouco ali, e com ele eu pudesse ter uma conversa, principalmente enquanto o processo de materialização acontece. É tudo muito significativo.
Portanto, acredite: se eu já o(a) desenhei, é porque você me importa. Truly.

sábado, 25 de setembro de 2010

Não sou obrigada.

Sempre tive noção do respeito ao espaço de cada um. Ao vir morar em São Paulo esse ano, essa noção foi reforçada, isso devido ao seguinte fato: em uma cidade com tantas pessoas - cerca de 11 milhões de habitantes -, é necessário que se aprenda a entender e respeitar os limites alheios, ou se torna impossível a tarefa de viver de um modo mentalmente saudável.
Já falei aqui, em outro texto, sobre a falta de educação no trânsito de pessoas nas portas dos trens. Falo agora sobre outro problema irritante, que é o uso de celulares como se fossem aparelhos de som, dentro dos transportes públicos. Como isso ocorre? A criatura pega o próprio celular e coloca para tocar nele uma música em um volume tão alto que é possível que todos ouçam e, é claro, os fones de ouvido - objetos que são comprados em qualquer camelô por 5 reais e que, geralmente, são vendidos juntamente com os aparelhos que tocam música - não são utilizados.
Outra situação, a qual já presenciei duas vezes, foi a utilização do espaço dos trens para a pregação de palavras religiosas, em alto volume também, logicamente.
É o seguinte: o fato de ser um espaço público não dá a ninguém o direito de fazer o que bem entender. Não é a sala de casa, na qual pode-se escutar a canção que quiser, e tampouco é o "culto" da Igreja, no qual todos supostamente desejam ouvir determinadas palavras, uma vez que para lá se locomoveram sabendo o que ocorreria. Quer ouvir música? Leve seus fones de ouvido. Quer falar as palavras da missa? Leve um caderno e escreva tudo o que desejar. Não sou obrigada a passar por esse tipo de situação desnecessária, e tampouco os outros. E ponto.
Pergunta-se: e por que você não reclama com a pessoa infame? Porque se eu o fizer, a criatura vai achar que está certa e comprará uma briga/discussão absolutamente ridícula - e não adianta dizer que isso poderia não ocorrer, porque obrigar todos a ouvirem algo em um momento/local que não é destinado a isso prova o tipo de pessoa que é quem o faz -, além de eu correr o risco dela(e) ser agressiva(o) e querer partir para a ignorância.
Cada um, cada um. Ando com meus fones de ouvido e meu caderno - que não é utilizado para palavras religiosas - na bolsa, e você?




P.S.: em todo ônibus/trêm/metrô está escrito que "é proibido o uso de aparelhos sonoros", enunciado da lei municipal número 6681/65. A lei desconsidera aparelhos sonoros utilizados com fones de ouvido.

domingo, 19 de setembro de 2010

Sobre fotografia alheia e diversões.

Ontem, durante o show do Lenine - o qual foi absolutamente maravilhoso, as always, não é mesmo? -, existiam criaturas tirando fotos de si mesmas com a câmera voltada para a minha direção.
Esse fato me fez lembrar de um pensamento que já tive várias outras vezes: nós aparecemos involuntariamente em muitas fotos alheias, e até mesmo sem perceber. Geralmente nunca sabemos o resultado dessas fotos ou o destino das mesmas, mas é curioso pensar no modo como saímos nelas. Será que ficamos engraçados? Com cara de bobos? Bonitos? Será que tiram sarro de nós quando percebem nossa presença esquisita ali no canto? Vai saber... Mas, de qualquer modo, não faz lá muita diferença.
Outra coisa que me passou pela cabeça foi a constatação de que, em um mesmo evento, cada um se diverte de uma forma diversa. Eu me diverti cantando junto e dançando na cadeira, outro se divertiu tirando fotos - um tanto irritante para os outros, mas...-, alguns preferiram trocar saliva avidamente, e por aí vai.
Isso é bem daquela frase: "gosto é que nem c*, cada um tem o seu". Eu prefiro assistir ao show assim, você assado (rs), e, no geral, tá tudo certo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Todo mundo tem.

Dom¹: sm (lat donu) 1 Dádiva, presente. 2 Merecimento, mérito. 3 Dote natural; talento, prenda, aptidão, faculdade, capacidade, habilidade especial para. 4 Bem que se goza, considerado como uma concessão da Providência.
(Dicionário Michaelis)

Como não sabia exatamente como começar esse texto, resolvi colocar a definição que achei no dicionário para a palavra que guiará esse escrito: "dom".
Falarei de dom porque esta tem sido uma palavra - e assunto - recorrente nos últimos dias - tudo bem, foram só duas vezes na verdade, mas é que eu preciso escrever sobre alguma coisa, veja bem.
Todo mundo tem um dom? Todo mundo precisa ter um dom para realizar uma atividade - seja profissão ou não? Talvez.. É que em alguns casos a necessidade de se ter o "talento", o "dote natural" é mais óbvia do que em outros, principalmente se estivermos falando sobre alguma área das artes.
Pensemos: uma atriz, para ser reconhecida e aclamada pelo público - e aqui consideremos aquele que não aceita qualquer porcaria do naipe do "Zorra Total" - precisa ter um mínimo de talento para atuar, porque a pura técnica, se tiver, não dá a essência da interpretação. E ao falar de reconhecimento aqui, prefiro nem entrar na questão das "facilidades" de se tornar ator/atriz por meio de caminhos não válidos como a fama conquistada com "Big Brothers" da vida. Claro, existem excessões, mas no geral.. E quem me disser que a tal da Massafera tem talento cairá no meu conceito automaticamente - sim, sou radical.
Um músico, um artista plástico, um estilista. Todos eles são pensáveis quando se fala na "obrigação" da existência dessa capacidade única, pois eles estariam exercendo atividades que, no imaginário popular, nem todos têm habilidade para executar - sem desmerecer as profissões "não artísticas" existentes e tampouco achar que qualquer um pode se encaixar nelas.
Mas e os demais? Os balconistas das lanchonetes, os vendedores de lojas, as faxineiras, os motoristas de ônibus?
Cada um deles precisa, sim, ter sua dose de talento. Balconistas e vendedores - que talvez não se difiram tanto em sua origem, considerando que ambos oferecem produtos para serem comprados - precisam ser simpáticos, eficientes e até mesmo pacientes com os clientes indecisos/irritados/irritantes, e isso requer a aptidão de saber lidar com as mais diversas pessoas. Eu, por exemplo, não a possuo - I'm not kidding.
Faxineiras têm que ter o (santo) dom de lidar com a sujeira - independentemente do nojo que esta possa causar - e com seus patrões, que podem ser realmente muito chatos.
O motorista precisa da habilidade de não se irritar com o trânsito - especialmente o paulistano - e com outros motoristas eventualmente idiotas, além de ter um bom senso de direção e espaço.
Em resumo: todos têm um talento, um dom. A questão é que uns são mais reconhecidos/admirados do que outros.
Mas é fato que toda habilidade precisa ser exercitada, ou ela não evolui. Quer exemplos? Acompanhe a carreira de um cantor, e tente "comparar" o seu primeiro disco com o último - mesmo que as propostas sejam diferentes. Ou acompanhe a minha pasta de desenhos e compare o primeiro com o último, =P.
É isso então: descobrir o que se tem, praticar e aproveitar os bons frutos da seqüencia. Ou qualquer coisa assim.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

É tudo relativo.

Sempre achava estranho - e até revoltante - quando me diziam que eu não sabia o que era amor, e a justificativa para essa afirmação era a minha idade - e nas épocas em que falavam, a minha idade era realmente muito pouca, bem menos do que é hoje, que ainda é um nada.
Ficava pensando, irritada: mas como é que você pode saber, se não está dentro de mim? Como é que pode afirmar com tanta certeza assim, se o que você enxerga - literalmente - é diferente do que eu vejo?
Não digo que estivessem realmente errados em dizer que eu não sabia - porque eu sentia e não pensava sobre isso -, mas é que me parece mais uma questão de proporção. Vou explicar mostrando o que imaginei ser uma evolução dessa proporção na minha história.
Quando estava lá pela 5a série, gostava de um garoto que nem sabia meu nome - pois é, o negócio de platonismo começou cedo. E achava que gostava demais.
Ao vir pra São Paulo, em 2006, gostei de outro menino, e me parecia que era um sentimento muito maior do que o anterior, absolutamente.
Ano passado, outro - na verdade homem, não mais menino. E eu gostava tanto, mas tanto que doía (muito) e pela primeira vez eu sentia necessidade de falar na cara o que estava se passando - e falei, para tirar a dúvida sobre o fato de ele saber ou não e finalmente acabar com a tortura de um ano inteiro.
Provavelmente gostarei de muitos outros, e a cada vez acharei que gosto mais do atual do que do anterior, mas ainda assim cada um desses casos terá sido amor, porque tudo o que senti é o que se "define" como amor na minha concepção - não que eu tente colocar em palavras. Essa é a idéia - os sentimentos - que eu associo à essa palavra, e ninguém mais vai saber como é, porque a noção individual disso é variável simplesmente pelo fato de que ninguém enxerga igual e muito menos sente da mesma forma. E ponto.
Tudo o que senti até agora, para outra pessoa pode não ser identificável como amor, simplesmente pelo fato de que nunca foi concretizado fisicamente, enquanto para mim isso significa ainda mais que o é, pois, se não fosse, não resistiria à falta de contato.
O entendimento do que é amor é relativo, e não há como alguém ficar comparando o seu gostar com o de outro, porque sequer conseguimos traduzir em palavras o que sentimos. Sentimento não é matemática, não se pode comparar resultados finais.
Digo sim que amei. Proporcionalmente ao que entendia desse sentimento em cada idade, mas amei.




P.S.: fui procurar o significado de "amor" no dicionário online Michaelis - sim, eu fiz isso -, e entre as definições que estavam juntas, achei:
"Grande afeição de uma a outra pessoa de sexo contrário."
"A. lésbico: o mesmo que safismo."
"A. platônico: relação estreita entre duas pessoas de sexo oposto, sem realização de atos sexuais."

Comento: por que se fala de A. lésbico e não de gay em geral? Aliás, por que diabos tem que separar? Simplesmente "amor" é só para héteros e os outros têm que ser classificados? Estranho..
A. platônico para mim não tem contato íntimo nenhum, nem beijo. E, novamente, por que tem que ser do sexo oposto? Gays não têm amor platônico? Não entendo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Estranhando.

Sempre gostei de coisas esquisitas. Na verdade, estou falando de gente. Gente esquisita me interessa, sempre me interessou.
Mentira. Na verdade, reparo que passei a realmente me interessar por pessoas estranhas (e mais velhas) há uns 3 anos, quando o negócio com professores (estranhos, é claro) começou a aparecer e não parou mais, depois da última errata com gente "normal" e da minha idade - e minha mãe vai saber de quem falo, penso eu, haha.
Não é fetiche, veja só, embora essa palavra não tenha conotação apenas sexual, mas sim de "objeto de reverência ou devoção extrema ou irracional" (Michaelis, 2009) e, por isso mesmo, não se encaixa no meu conceito, porque não é irracional assim, nem devotado assim, ou pelo menos não tanto, acho.
Venho há algum tempo tentando entender o que diabos têm de tão interessante essas criaturas mestradas. Será o conhecimento? Provavelmente. Mas se fosse só isso um nerd qualquer me bastaria, não? Tá, talvez não. Aparência? Também não, sempre vejo gente mais bonita e mesmo assim não me chamam maior atenção. Experiência pela idade? Com certeza não, eu que sou uma completa inexperiente me contentaria com qualquer coisa, se fosse por isso - tá, também não é assim, mas enfim, you got it.
Não estou falando tudo isso por algum motivo especial, é só que o assunto me veio à cabeça enquanto voltava da USP pra casa no fim da tarde, com a cabeça já capengando. Na verdade talvez haja um motivo específico sim: reparei que o Mr. Platônico 2009 (sim, professor, claro, por que não haveria de ser, não é mesmo?) já não me importa mais, de uma vez por todas, amém.
Enfim, muita besteira. MUITA besteira.
Mudando de assunto, mas continuando uma linhazinha do pensamento sobre gente estranha, reparo que meus amigos são estranhos também - no melhor sentido da palavra. E, nesse aspecto, posso dizer MESMO que SEMPRE escolhi gente estranha - diferente, underground, do contra, que não gostam do que "todo mundo" gosta e, por isso, são tachados de estranhos - para amizades, inconscientemente ou não. E amo todos, sem esforço e sem pieguice.
Com tudo isso, devo ser considerada pelos outros uma estranha também, ou sei lá o que. But it doesn't matters.
Já chega. E viva os estranhos!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Ou entra, ou sai.

É fato que a todo momento pessoas novas aparecem em nossas vidas, voluntariamente ou não. E é um clichê dizer que algumas delas estão só de passagem, enquanto outras vêm para ficar "para sempre".
Mas há um problema. Uma espécie de indecisão inconsciente e, se assim é, conseqüentemente involuntária. Não sei nem se posso chamar assim, de indecisão. Acho que não posso mesmo.
O negócio é que existem pessoas que entram e saem das nossas - e, na verdade, estou falando da minha - vidas mais de uma vez. E isso não é bom. Principalmente se a pessoa que fica indo e voltando é uma daquelas poucas que você convidou - acho até que literalmente, com palavras - a ficar e não sair mais, desde a primeira chegada.
Pergunta-se: mas qual é o problema de sair e voltar, se o que importa realmente é que volta? O (grande) problema é que quando volta, se quer tanto que fique, que quando sai novamente é devastador, e quando resolve voltar mais uma vez - e acho que já é a terceira entrada - a vontade de falar é tanta que as palavras não cessam nem que se queira, que se force. Quer dizer, cessam sim, mas só para não perturbar tanto o juízo, para que não saia outra vez.
Então o que faço é um aviso - ou mesmo um apelo: se for pra entrar, sinta-se à vontade. Mas se for pra sair, sumir, desaparecer, que seja de uma vez só. Que não volte mais.




Para ilustrar:
"-(...)E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...

(...)

A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! Disse ela.
- Bem quisera disse o príncipe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
- Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
E continuou:
- Mas tu não deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

(Trecho do livro O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry).

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Êxtase Musical.

Hoje em aula falava-se sobre o processo de transformar um conceito, ou mais, em objeto(s), produtos. E não só sobre o conceito foi falado, mas também sobre a construção de objetos/coleções de moda que fossem capazes de transmitir ao consumidor determinadas sensações que o criador desejasse passar.
Quando isso foi dito, a professora falou sobre as sensações que nos deixam tão envolvidos(as) e em tão profundo "torpor" que, nos momentos em que as sentimos, não temos outro desejo a não ser sentir, "ser" essa sensação, de alguma maneira. Para ela, o que a faz ficar nesse estado é a acrobacia feita por determinados aviões. Assistir a isso a deixa extasiada, segundo ela.
No momento em que tudo isso era falado, parei pra pensar no que é que me faz sentir assim, e não demorei muito tempo para perceber o que era/é. Solos de guitarra de determinadas músicas, ou determinado tom com o qual um específico trecho de uma especialíssima música é cantado. Ouvir isso faz-me lembrar, sentir, uma felicidade genuína, tão profunda que até de causar suspiros é capaz. Geralmente fico tão extasiada que ouço novamente, várias vezes, o mesmo trecho, tendo vontade até de passar toda a música para ouvir especialmente àquele pedacinho que por alguns segundos me faz esquecer de todo o resto. E isso de querer ouvir várias vezes a mesma coisa foi exatamente o que a professora relatou que ocorre com ela, mas, no caso, no campo visual.
É extremamente interessante pensar sobre esse tipo de coisa dessa maneira.

Um exemplo de trecho de música que me deixa nesse estado é um que aparece na canção "Crença", do Lenine, mas não vou dizer exatamente qual é. Se quiserem, tentem descobrir assistindo ao vídeo da execução dessa música, que coloco a seguir e dedico especialmente a quem gosta dessa criatura divina que se chama Lenine:
http://www.youtube.com/watch?v=5zhhUYLV4ro



P.S.: sintam-se à vontade para pensar e comentar sobre o que os(as) fazem passar por esse tipo de experiência.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Eyes at 12:45

She wasn't beautiful. Except for the blue eyes. And the voice. A rough and different voice.
Pandora's eyes, almost black eyes, sparkled when they met those blue eyes. And when they heard that voice talking about art.
In every class, Pandora had the same reaction: leaned foward in her chair to hear and see better, the art and Rachel. And her eyes, as always, shone.
Rachel began to notice Pandora: a quiet student that payed attention in everything, every class. Black and shinny eyes that were often caught looking at her own blue eyes. A curiosity emerged in Rachel's head, and after some weeks, she decided to say something indirectly to Pandora, to satisfy it.
- It's funny to see this kind of people who are interested in teachers in a different way, someway more than just as students. Isn't curious? - Said Rachel near to Pandora, and walked away, going to her desk. When she was in front of the class, she looked to Pandora's eyes, a little smile in her lips.
Pandora knew what was going on and decided to answer the implicit provocation after the class.
Everybody ran away when the clock marked 12:45 p.m., leaving Pandora and Rachel alone. Rachel was packing her things and didn't expect when Pandora said:
- Are you teasing me?
- What are you talking about? - Asked Rachel. Now she knew that her provocation had worked, and she liked.
- Why did you ask that question about interest in teachers close to me and after looked at me that way? Were you saying that I'm this kind of person? - Said Pandora, getting a little angry.
- If the hat served... - Said Rachel, smiling provocatively.
- Yes, it served. Now, I have a question: Were you saying that because you wanted to know if I'm interested in you? Or did you just want to laugh? Or, more than that, you asked because you are interested in me? - asked Pandora, almost smiling.
Now Rachel was a little shocked. She didn't expect Pandora to react this way, and so fast.
- You are dangerous. - Said Rachel, looking deeply in Pandora's eyes, shining dangerously.
- Oh, come on, answer it! You are really interested in me, aren't you? - Asked Pandora, having fun now.
- Yes - Answered Rachel, in a low voice.
- Hahaha, and now, what do we do? - Asked Pandora, going around the table and getting closer to Rachel, smiling like a bad girl.
- Oh God, I don't know - Said Rachel in a whisper. Now she was wishing to get near to Pandora's eyes, body and mouth. She wished she hadn't started all this thing, because now she couldn't help, couldn't avoid the strong desire growing inside her.
- You don't know? Seemed like you knew what you were doing earlier... - Pandora was too close now. Mouths almost touching. Rachel moaned. Pandora stopped, still too close, always smiling like a devil. Rachel looked into Pandora's eyes, trying hard to decide what to do.
Pandora got closer, almost touching her lips in Rachel's ear, and said in a whisper:
- If you don't know what you want, do not tempt me.
Pandora moved away, fast as wind, leaving Rachel alone in the classroom, paralyzed. Her smell was still in the air.

sábado, 7 de agosto de 2010

Shut up, I won't go down.

Devo declarar que, nesse momento, estou encantada com as matérias novas do 2° semestre, especialmente "História da Arte" e "Literatura, Arte e Cultura no Brasil". Passei cerca de 2 dias em estado de graça, desde que tive essas aulas, na quarta-feira.
Mas é claro que, na lei da selva, eu não posso ficar de bom humor por muito tempo, considerando que as pessoas estão habituadas a me ver com uma cara mais fechada diariamente. Então, para restaurar a ordem, é necessário que se fale alguma coisa desagradável, para que eu volte ao estado normal. Pronto, foi feito, estou no estado normal novamente (ou um pouco pior, na verdade), mas creio que não durará: a quarta-feira já está aí na porta novamente para salvar a semana, losers. E é claro que posso assistir novamente aos filmes que me ajudaram a ficar de bom humor, "Basquiat" e "Little Ashes", que recomendo.

E a nova regra é: recuperar pelo menos o mínimo de bom humor, e mantê-lo.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O inimigo ataca ao dormir.

O Subconsciente não é lá um cara muito amigo meu. Gosta de perturbar, sabe?
Um belo dia resolve que vai fazer você sonhar justamente com aquilo que tenta, todo dia, apagar da memória.
Semana passada foi a minha vez de ser acordada de madrugada, depois de sonhar que conversava por msn com o Mr. Platônico 2007, também conhecido como "o professor de inglês". Na conversa, eu pedia desculpas por ter sido infantil e tê-lo esnobado, não respondendo àquele bilhete quando na verdade eu queria responder. E mais, por ter agido tão estranhamente no dia seguinte, quando ele ainda tentava conversar. Eu, no sonho, tentava me justificar, fracassando, é claro. As desculpas, na vida real, nunca pedi. Até pediria agora, se não achasse que já não faz mais sentido, pois já se passaram três anos e ele está, digamos, "busy". Não que eu não tenha vontade de me desculpar.
É muito chato ficar lembrando dessas coisas. Já não bastam todas as lembranças problemáticas do fim do ano passado a me assombrarem a cabeça de vez em quando?
E não é justo atacar o inimigo enquanto este dorme, Mr. Subconsciente. Não é justo.



P.S.: até hoje não sei onde foi parar o diabo do bilhete.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Alone, together *

É fato que as pessoas não sabem o que querem, e isso não é nenhuma novidade - não estou me excluindo, de maneira nenhuma. Mas aqui falo de uma indecisão específica: ficar em conjunto ou em isolamento. Não estou falando de relacionamentos, especificamente - aquela coisa de chove-e-não-molha que algumas criaturas fazem com outras, indecisas se constroem um relacionamento ou não -, mas sim de cotidiano. Como sempre, vou explicar-me.
Reparem só: está escuro, você está andando na rua sozinho(a) e vê um grupo de pessoas andando em sua direção - simplesmente de passagem, mas você não tem como saber. Naturalmente, te dá um certo medo de que façam algo com a sua bolsa e/ou seu corpo, não é? Portanto, nesse caso, seria preferível que a rua estivesse deserta. Por outro lado, se na mesma rua existirem vários grupos de pessoas perto do e/ou no ponto de ônibus no qual você irá ficar esperando o seu chegar, uma maior segurança te envolve, por algum motivo.
Mudando a situação, se estamos em uma micareta - e desse exemplo eu me excluo completamente, apesar do plural -, a multidão não nos assusta - penso eu -, pelo contrário, agrada, sabe-se lá como. No ônibus, porém, você prefere ir naquela cadeira individual do que sentar ao lado de um(a) estranho(a).
Sim, sei que as situações todas são completamente diferentes, mas é só que acho engraçado isso, porque tanto a multidão da folia do carnaval quanto o estranho do ônibus ou as pessoas do ponto podem fazer mal a você e, mesmo com tantas pessoas por perto, ninguém vai se meter para livrar o seu nariz. Então, de qualquer forma, você está sozinho sempre, tirando talvez os casos em que a sua mãe, seu pai, alguém com laços afetivos ou um santo está por perto.
You're alone. Be happy.




*Referência à música dos Strokes.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Impasse.

Você entra no ônibus/metrô/trem. Senta. Começa a pensar em qualquer coisa, até mesmo numa conversa imaginária de teor muito sério que gostaria de ter com determinada pessoa. E tudo se interrompe quando um(a) desconhecido(a) começa a falar para todos que tem duas filhas pequenas/é doente/está desempregado(a) e precisa de uma ajuda - em dinheiro, óbvio -, que será concedida por você ao comprar a bala/bombom/água ou simplesmente se você der algumas moedas em troca de nada além da talvez satisfação daquele(a) que pede.
Quando estou numa situação dessas fico pensando se devo ou não ajudar, ponderando sobre aspectos positivos e negativos. Primeiramente, a pessoa pode estar mentindo, não tendo nenhum filho ou doença e querer só comprar drogas ou coisa que o valha, não sendo, portanto, problema meu se ele(a) não consegue sustentar seu vício - não que algum dos outros problemas seja realmente meu, aliás, porque contra filho tem camisinha e contra doença tem remédio que, supostamente, não é obrigação minha comprar. Como segundo aspecto negativo, eu posso estar incentivando a pessoa a não ir procurar um emprego com mais vontade, o que o(a) torna um(a) vagabundo(a) e eu uma parte de seu "sustento" desmerecido.
Por outro lado, eu poderia dar alguma alegria - por mínima que seja - a essa pessoa, ajudando-a a comprar o que ela precisa/diz precisar, embora em geral eles(as) nunca parecem lá muito agradecidos/alegres pela ajuda - tudo bem que a situação dele(a) é ruim, bem ruim, mas um "obrigado(a)" não custa nada. Poderia também tirar um suposto peso da consciência, se eu estiver achando que é obrigação minha ajudar, pelo fato de eu estar em uma melhor situação financeira. Por fim, posso proporcionar um doce/salgado para mim, se o que pede estiver oferecendo algo em troca.
Geralmente acabo me recusando a ajudar e volto a pensar na conversa imaginária, mas às vezes me rendo. O chato é que sempre fico nesse impasse. Sempre.

sábado, 17 de julho de 2010

Matutando sobre almas.

Quinta-feira assisti a um filme chamado "Almas Vendidas". Ele gira basicamente em torno de um ator americano angustiado pelo fato de não mais conseguir separar sua vida, personalidade e alma da vida, personalidade e alma das personagens que interpretava, especialmente da última.
O ator, angustiado, recorre ao "Depósito de Almas", local onde as pessoas vão para extrair e armazenar suas almas, podendo até alugar almas alheias para ocupar o vazio.
A mensagem principal do filme, para mim, é a de que as pessoas são capazes de qualquer coisa para livrarem-se de suas angústias e sofrimentos, chegando ao ponto de trocar sua alma, pesada de tristeza, por outra supostamente mais leve.
É a partir daí, desse momento, que começo a entender - penso eu - aquelas pessoas que seguem "modinhas" ao longo de suas vidas - ou só durante a adolescência, I don't know -, ou ainda aquelas que mudam completamente, seja de visual ou de comportamento - bom ou ruim - ao andarem com novos "amigos" ou namorados (as).
Explico-me: ao mudar completamente - e agora não falo exclusivamente do visual -, a pessoa que o faz pode estar tentando, mesmo que inconscientemente, "mudar" de personalidade, "trocar" sua bagagem de angústias, ou mesmo de vergonhas pequenas e bobas e arrependimentos. Trocar suas malas pesadas por outras mais leves - ou assim consideradas. É como se quisessem reinventar-se, não por uma complexa necessidade/vontade de tornarem-se pessoas melhores, mas sim para tentar deletar sofrimentos passados.
Devo dizer que tudo isso - seja trocar de alma ou de personalidade, num conjunto de visuais, ações, trejeitos e opiniões - é sinônimo de fraqueza. Não se pode e nem se deve desejar apagar todo um passado, um conjunto de momentos simplesmente porque lembrar disso é incômodo.
Não quero dizer que se deva conformar em viver com angústia e sofrimento, absolutamente. Deve-se lutar para amenizar e transformar isso em algo que não ofusque as alegrias, felicidades e momentos de orgulho, mas, de modo algum, devemos tentar nos livrar, apagar completamente o que fizemos e o que fomos em momentos ruins, pois isso faz parte de quem somos agora, profundamente.
Não sejamos fracos e covardes o suficiente para retirarmos e armazenarmos nossas almas algum dia, em algum lugar que não seja o nosso corpo, pois no dia em que a ciência permitir uma operação dessas, será o fim da originalidade individual da raça humana.


P.S.: não sei se deu pra entender, mas é isso aí. E o filme está nos cinemas, ou pelo menos em um aqui em São Paulo. Recomendo, apesar de dar um pouco de tédio depois de um tempo.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Bloqueio.

Devo confessar que, antes de escrever as palavras de agora, tentei escrever três vezes, cada vez um assunto completamente diferente do outro. Detesto quando isso ocorre, mas penso ser culpa minha. É que no momento quero me forçar a escrever algo interessante, bacana, para ser apreciado por mim - e por outros, claro. Mas não está saindo. Me pergunto se o fato de eu estar de férias e com a cabeça relaxada não influencia, porque esse descanso me deixa ainda mais preguiçosa.

Só ando fazendo coisas fáceis: leio o que quero, durmo, como e assisto House. Não desenho há dias e não escrevo nada atraente, ou seja, não faço nada que me exija criar ou treinar habilidades. O pior é que até tenho a vontade. Falo "vamos, criatura, pára de ficar assistindo House e vá desenhar alguma coisa! Você vai se arrepender de não ter aproveitado o tempo livre para fazer os desenhos que está devendo para os amigos!", mas a inércia me vence. Só me vence porque permito, mas ainda assim..

Amanhã vou fazer algo que preste. Se a inércia não me vencer. De novo. E outra vez. E mais uma...


segunda-feira, 12 de julho de 2010

Closer.

Só pra dizer que a dona Sueli Ferreira de Souza, vulgo minha mãe, tem um blog no qual posta seus trabalhos como fotógrafa.
Sem querer ser puxa saco, ela ahaza! Visitem always:

E só pra constar, o aniversário dela foi dia 2 de julho, dêem parabéns! =DD

quinta-feira, 1 de julho de 2010

(In)substituível.

Lembro-me de determinado momento do ano passado, no qual certa criatura dizia que, nessa sociedade capitalista, nada nem ninguém no mundo é insubstituível. Devo dizer que discordo.
Tudo bem que, considerando o contexto, provavelmente falava-se em um aspecto profissional - que nenhum técnico é insubstituível - mas pelo que conheço da criatura, não duvidaria que estivesse falando em um aspecto pessoal também - afinal, sempre vai haver alguém idiota o suficiente para fazer e entregar desenhos para ele, por pura vontade de ver as expressões faciais.

De qualquer forma, discordo em ambos os aspectos. Um profissional SÓ é substituível se em seu lugar for posto um ainda melhor - trocar por um mais barato não é válido.
Trocar uma pessoa que gosta de você e faz desenhos X por outra que também gosta mas faz desenhos Y não funciona. Os traços são diferentes, únicos. O modo de gostar é igualmente incomparável.

Para aquele que gosta, o objeto do gostar também não pode simplesmente ser posto no lugar do outro - sim, falo por mim. Cada um tem suas características, seus trejeitos que, mesmo alguns deles sendo irritantes, são admirados pelo conjunto da obra. Conjunto esse que um outro qualquer não terá, pois serão outros modos, que por mais que que lembrem os do anterior, não são iguais. E nunca serão.

That is my point: eu não substituo ninguém. O novo é colocado ao lado do velho na estante. E todos vão, assim, ocupando espaço. Muito espaço.




P.S.: sim, ainda estou em processo de recuperação. E não me venham com "ainda?" e muito menos risadas. Some respect, please.
P.S. 2: pelo menos existe um novo, aparentemente.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

The Universe Above Us.

It was night on the beach. They were lying there, not side by side, but they were close, and alone, for that moment.
Elle was breathing the ocean air and thinking about nothing - or almost nothing - when Carmen said, looking at the dark sky:
-Don't you feel like the universe could fall above us anytime? Doesn't seem like this?
-Yeah, looks like it could happen - answered Elle, smiling with closed eyes.
They stayed quiet for a moment, while Elle thought about what she should - or wanted to - do now. She looked to Carmen there, too concentrated in the stars, stood up and, almost with no noise, went to her side and sweetly touched her lips with hers for only two seconds, and started to separate when Carmen looked at her and said:
- Why did you do this?
- I did because I wanted to do - said Elle with a little smile on her face, as she had not done anything so bad (and she hadn't, actually).
- But... - Carmen started
- But what? Didn't you like it? Just say it! It's done now, and I liked, if you ask me. - Elle said
- I liked. But your mom is right inside the house, and so is my girlfriend. And, so to start, i thought you were straight. - Carmen said, enjoying, but scared.
- I know they are there, and my mom already thinks I like you, and I respect your girlfriend, I just couldn't resist. And, first of all, I never said if I was straight or not. - Elle said, absolutely smiling now.
- You are just unbelievable! - Carmen said, laughing.
- Haha, ok. If you want to talk more about it, we'll do later, because they are coming here now. Pretend it never happened. - Said Elle, walking in her mom's direction.







P.S.: no clima de homenagens à Parada Gay que aconteceu ontem por aqui, =D.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ela ou ele.

Ela transpirava. Seus olhos azuis estavam vidrados.
- Você vai me deixar? - disse ela, seus cabelos castanhos colando no rosto.
- Sim, você não precisa de mim enquanto tiver ela - respondeu ele, a expressão lívida.
Ela tremia, dobrava-se em direção ao chão. Ele jogava as roupas com violência na mala.
- Eu tentei fazer isso dar certo! - ele gritou.
Ela balançou positivamente a cabeça, um movimento quase imperceptível.
- Você vai desistir? Não vai se esforçar mais? Vai se entregar? - questionou ele, furioso.
- Parece que sim. Sem você aqui, vou me entregar a ela de vez. - respondeu, a voz falhando.
- Pois bem, que seja. Não serei mais o seu apoio. Já fiz o suficiente por dois anos inteiros. - disse ele, fechando a mala e saindo do quarto.
Ela balançava o corpo, em um movimento repetitivo. A porta bateu ao longe, ele realmente a havia deixado.
Ela levantou-se, pegou a seringa preparada - que fora jogada por ele no canto do quarto - e foi para o banheiro. Olhou-se no espelho, viu seus olhos doentios. Pela última vez injetou-se com uma grande dose de heroína. Morreu de overdose, no chão branco.






P.S.: eu sei, bem doentio, mas deu na telha escrever isso, =D.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Eu queria..

Eu queria ser uma pessoa mais legal, mais simpática.
Queria não me importar com os meus fracassos platônicos e a falta de alguma coisa real, mas eu me importo.
Queria me preocupar mais com o que vou fazer da minha vida depois da faculdade, e eu me preocupo, mas não me dedico o suficiente.

Eu queria que uma vez na vida essa porcaria que se chama relacionamento humano desse certo. Uma mísera vez.

Eu queria ser uma pessoa mais inteligente, mais informada, e eu sei que posso, mas eu sou preguiçosa demais pra me esforçar, porque é mais fácil reclamar.

I'm just a little sad.

Coincidências.2

Gente, eu juro que não sabia o nome do menino que acho bonitinho quando escrevi "Na Coxia" aqui, no dia 21 de abril. Hoje me dizem que o nome dele é Tomás, quase o Thomáz do conto.
Lógico que todo mundo já sabe que eu olho. Eu e minha boca grande.

Preciso aprender a me calar.


E que eu tenha sorte no segundo semestre de cair na mesma turma de Ciclo Básico (é um esquema de aulas obrigatórias para todos os cursos, onde pessoas de cursos diferentes se misturam na mesma turma) dele. Tendo isso de sorte, o resto é por minha conta.




P.S.: céus, isso aqui tá virando um diário de adolescente, e supostamente eu já tinha passado dessa fase.

P.S.2: podem ficar felizes, he's NOT a teacher! =D

domingo, 9 de maio de 2010

Coincidências.

Hoje experimentei uma pontadinha de autêntica depressão, enquanto assistia o fim da primeira temporada da série House M.D.

O que uma coisa tem a ver com a outra (depressão e House)? É só que a Cameron me fez lembrar de mim e o House me fez lembrar de, bem, do Mr. Platônico 2009. Até mesmo a situação é um tanto parecida: ele com o dobro da idade dela, ele sendo o "chefe" dela (enfim, em uma posição superior), ele fechado e por vezes arrogante, ela dizendo pra ele o que sentia, ela tentando fazer alguma coisa com relação a isso e ela se ferrando no final porque existia outra na parada. Até com o House eu me identifiquei: ele estava havia 5 anos sem superar a outra, eu estou fazendo 5 meses, obrigada.

Tá, provavelmente é uma situação mais comum do que penso, mas a coincidência com esses pontos da série me fizeram sentir mal. Mas ainda amo House, anyway, e estou na segunda temporada, oh yeah.


E um dia ainda vai passar de vez, I hope so.





P.S.: estou desenhando o Hugh Laurie, vulgo House, =D.

terça-feira, 27 de abril de 2010

E agora, José?

"Você andava com palhaços
E não via graça em meus poemas
A paixão é um passo descalço em cacos de dores pequenas"

(Valéria Oliveira - Dores Pequenas)




Minha raivinha e meu ressentimento ainda não passaram completamente, desde o fim do ano passado, embora tenham melhorado consideravelmente, acho eu.

Por outro lado, uma criatura que não é da mesma espécie me apareceu. Mas eu cansei de platonice.

And now?
Qu'est-ce qu'on va faire?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Na coxia.

Bateu os pés: um, dois, três.
Cruzou os braços: um, dois, três.
Mexeu o ponteiro do relógio: cinqüenta e oito, cinqüenta e nove, sessenta.
Tocou o sinal. Lá vinha ele.
O moço sentou-se.
Ela observava cada detalhe. A barba rala perfeitamente arrumada, o cabelo cuidadosamente desalinhado.
Chegou mais perto. Ele fechou os olhos.
Ela passou suavemente o indicador sobre sua pálpebra, tão leve que ele quase não sentia.
Agora, dois dedos nas maçãs do rosto. Ele ainda parecendo descansar, exceto pelo leve vinco de concentração que se formava em sua testa.
Já haviam passado alguns minutos: um, dois três.
- Sua maquiagem está retocada, já pode ir para o palco - disse ela.
Ele abriu os olhos.
- Muito obrigada. Qual é o seu nome? - ele falou.
- Pandora. - respondeu ela, estranha.
- Muito obrigada então, Pandora - falou olhando nos profundos e grandes olhos castanhos da garota.
Levantou-se suavemente e caminhou devagar em direção à coxia.
Ela lembrou que havia esquecido de algo.
- E qual é o seu nome? - disse, a voz um pouco mais alta que um sussurro.
Ele ouvira perfeitamente.
- Thomáz - respondeu, uma intenção de sorriso aparecendo no canto da boca. Virou-se vagarosamente, quase não querendo deixar aqueles olhos, e para o palco foi. O segundo ato iria começar.
Ela paralisada, ainda com o estojo de maquiagem na mão.
Um, dois, três.


domingo, 18 de abril de 2010

Nó na garganta.

Não acho legal ter parado de escrever aqui por todos esses dias. Mas o problema é que eu já não sei mais o que falar.

Parece que me falta a criatividade, os assuntos interessantes e sobram muitas reclamações. E nada, nada de bom.

Me pergunto até quando vai ser assim e o que diabos posso fazer pra mudar tudo isso, toda essa chateação, toda essa tristeza, todo esse desinteresse e esse processo de paralisação e até retrocesso no meu crescimento como pessoa.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ultimamente...

Eu cansei de ser assim
Não posso mais levar
Se tudo é tão ruim
por onde eu devo ir?
A vida
vai seguir,
Ninguém vai reparar
Aqui nesse lugar eu acho que acabou,
Mas
vou cantar
Pra não cair
fingindo ser
Alguém que vive assim
De bem

Eu não sei por onde fui
Só resta eu me entregar
Cansei de procurar o pouco que sobrou
Eu
tinha algum amor
Eu era bem melhor
Mas tudo deu um

E a vida se perdeu
Se existe Deus em agonia

Manda essa cavalaria que hoje a fé me abandonou



(Los Hermanos - O Pouco Que Sobrou)





Hoje estou bem. É só que ultimamente tem sido bem assim. Bem bem assim.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Querendo briga.

Eu queria encontrar aquela criatura de novo, só pra perguntar se rasgou os meus desenhos por causa da namorada. E eu queria que respondesse positivamente, só pra eu poder chamar de idiota.

Ou sei lá, talvez eu só esteja querendo confusão com qualquer um.




Acho bom que não tenha rasgado, porque deu um trabalho do cacete fazer aqueles desenhos todos a troco de quase nada de emoção ao receber.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

# "I'm just way too tired"

Ao contrário do vinho, que fica melhor com o passar dos anos (não entendo nada disso), sinto que tenho me tornado uma pessoa pior a cada dia.

Fazendo jus ao medo que eu confessei ter, em um outro texto aqui escrito (Miedo que da miedo del miedo que da, 29/12/2008), estou mesmo me tornando mais intolerante. Diria até, por vezes, mais cruel.

Os últimos meses e a maior parte dos últimos acontecimentos não têm me feito bem. Talvez seja(m) esse(s) o(s) motivo(s) para tanta amargura. Mas não sei.

Talvez seja apenas o sentimento de solidão, tendo minha mãe e alguns amigos longe (ela mais do que todos, lógico). Quem sabe até o fato de eu ter que aprender a me virar mais sozinha (e como tenho aprendido) e ter que fazer e me preocupar com muito mais coisas tenha me deixado cansada demais pra me lembrar de não ter pensamentos ruins e ódios múltiplos.


Maybe I'm just way too fucking tired.


#Is This It (The Strokes).

domingo, 28 de março de 2010

Saudades Variadas.

Para mim, saudade se encaixa sempre em uma classificação: saudade fingida, saudade profundamente dolorida e saudade gostosa.

Esclareço-me em tópicos:

- Saudade Fingida: o nome já diz tudo. A saudade simplesmente não existe, você finge. É aquela que se usa para responder o scrap daquela pessoa da qual você nunca gostou muito (ou da qual você já gostou mas enjoou), mas que ela sempre gostou de você e toda vez que se comunica diz que sente saudades suas. Serve só pra não deixar chateado (a).

- Saudade Profundamente Dolorida: é sentida quando alguém que você gosta muito está em um lugar distante e você sabe que vai demorar para vê-la novamente. Essa é a saudade que eu sinto, por exemplo, da minha mãe. E também é a que eu sentia do Mr. Platônico 2009, até eu me tocar que não valia a pena.

- Saudade Gostosa: é a que se sente quando você vai embora da casa de um amigo querido sabendo que muitíssimo em breve vai passar por ali ou vai vê-lo novamente, em uma semana NO MÁXIMO. É a que eu estou sentindo agora, depois da excelente festinha na casa do Dan, o qual eu não passo nenhuma, nem uma semana sem ver desde que cheguei em São Paulo, sem exageros.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Sei lá.

Hoje, vai saber porquê (iêiê, Vaqueriano), acabei me lembrando de todos os platônicos que tive ao longo dos 18 anos. Deve ser por causa da data. Acho que platônicos sérios mesmo foram 5. O que é muita coisa.

Me pergunto quantos mais terei até o fim da vida. Espero que nenhum.





OBS.: o Mr. L.S. não é platônico sério, só pra esclarecer.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Duas Horas.

Estava sentada no mesmo lugar havia duas horas. Cansada, descruzou as pernas.
"Não posso dizer isso pra ele", ela pensou.
No relógio, passaram-se mais 10 segundos.
Girou a cabeça, tentando aliviar a dor.
"Ele até me deu um sorriso hoje! Talvez até me ache legal."
Cruzou as pernas novamente e olhou para os próprios sapatos.
"Se eu fizer isso, acabou-se toda a gentileza, ele vai me achar uma retardada."
Passou a mão nos cabelos, jogando-os para trás.
"Não posso mais enrolar, vou ter que enfrentá-lo."
Levantou-se e andou até ele.
- Professor, eu realmente não consigo fazer sua prova de ecologia, sinto muito. - disse, entregando o papel em branco e saindo da sala para não olhá-lo, o rosto retorcido de desapontamento.






P.S.: a ecologia não é mera coincidência. O resto é invenção, =P.