segunda-feira, 19 de julho de 2010

Impasse.

Você entra no ônibus/metrô/trem. Senta. Começa a pensar em qualquer coisa, até mesmo numa conversa imaginária de teor muito sério que gostaria de ter com determinada pessoa. E tudo se interrompe quando um(a) desconhecido(a) começa a falar para todos que tem duas filhas pequenas/é doente/está desempregado(a) e precisa de uma ajuda - em dinheiro, óbvio -, que será concedida por você ao comprar a bala/bombom/água ou simplesmente se você der algumas moedas em troca de nada além da talvez satisfação daquele(a) que pede.
Quando estou numa situação dessas fico pensando se devo ou não ajudar, ponderando sobre aspectos positivos e negativos. Primeiramente, a pessoa pode estar mentindo, não tendo nenhum filho ou doença e querer só comprar drogas ou coisa que o valha, não sendo, portanto, problema meu se ele(a) não consegue sustentar seu vício - não que algum dos outros problemas seja realmente meu, aliás, porque contra filho tem camisinha e contra doença tem remédio que, supostamente, não é obrigação minha comprar. Como segundo aspecto negativo, eu posso estar incentivando a pessoa a não ir procurar um emprego com mais vontade, o que o(a) torna um(a) vagabundo(a) e eu uma parte de seu "sustento" desmerecido.
Por outro lado, eu poderia dar alguma alegria - por mínima que seja - a essa pessoa, ajudando-a a comprar o que ela precisa/diz precisar, embora em geral eles(as) nunca parecem lá muito agradecidos/alegres pela ajuda - tudo bem que a situação dele(a) é ruim, bem ruim, mas um "obrigado(a)" não custa nada. Poderia também tirar um suposto peso da consciência, se eu estiver achando que é obrigação minha ajudar, pelo fato de eu estar em uma melhor situação financeira. Por fim, posso proporcionar um doce/salgado para mim, se o que pede estiver oferecendo algo em troca.
Geralmente acabo me recusando a ajudar e volto a pensar na conversa imaginária, mas às vezes me rendo. O chato é que sempre fico nesse impasse. Sempre.

4 comentários:

  1. Sempre mesmo, viu. Mas comigo é no ônibus, rs. Queria andar de metrô de novo :(

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  3. Olha eu faço sempre assim...se estiver com bom humor e disposta dou, se estiver mau humorada e com preguiça não dou. Se ele vai se drogar ou comer problema dele como o é meu decidir dar ou não, e simplesmente não penso mais nisso. To simplificando a vida que está tão banalizada então vou no humor da hora e volto pro meu imaginário que quase sempre é mais agradável.E `as vezes qd a pessoa chega contando a história toda ou mando um "sútil" NÃOOOOOOO, ou então falo, ta ta ta mas não conta a história e dou o dinheiro, tipo quanto você quer pra calar essa boca??Conclusão estou ficando insensível e velha...e nesses dias então...uuuuuiiii!! ;) bj

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