terça-feira, 28 de setembro de 2010

Indecisão.

A vida é feita de escolhas (clichê).
Logo, se eu não sei fazer escolhas, não sei fazer a vida?
E se não sei fazer a vida, faço o que? Me jogo de um prédio da Av. Paulista?
Céus, detesto essas indecisões.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Mania de guardar.

Sempre senti a necessidade de guardar tudo o que acho importante, por mais que, à primeira vista, os guardados possam parecer apenas um monte de tranqueiras.
Costumava guardar conchas do mar, pra me lembrar que era disso que eu gostava quando era criança - elas sumiram, provavelmente em alguma das tantas mudanças geográficas. Ainda guardo recortes de desenhos que achava em revistas infantis e dos quais gostava, assim como o brinquedo "Lego" e aqueles discos coloridos e com animações, conhecidos como "tazos".
Hoje "coleciono" - não é bem essa a palavra - minhas entradas de cinema, ingressos para shows, as cartas que recebia dos amigos quando morava em Natal e qualquer outra bobagem que alguém importante me der.
Mas nada do que coleciono é mais importante do que os desenhos. Gosto muito de desenhar, principalmente retratos de pessoas pelas quais, por algum motivo, tenho apreço. E elas variam desde famosos - cantores ou atores - até pessoas com as quais convivi/convivo.
Para colocá-las no papel, é necessária muita observação, durante muitas horas - e muita paciência também. E então, com o correr do tempo gasto nesse processo, é como se eu acabasse conhecendo melhor a criatura desenhada, de alguma forma - não digo interiormente, porque provavelmente isso é impossível através da pura observação externa. É como se eu pudesse entender os traços, o olhar e até as rugas - se existirem -, e conseguisse imaginar o motivo de cada coisa ter ali o seu lugar - e não me venham falar de velhice.
É como se eu chegasse mais perto, mesmo com a distância imensa. Como se o rosto se materializasse um pouco ali, e com ele eu pudesse ter uma conversa, principalmente enquanto o processo de materialização acontece. É tudo muito significativo.
Portanto, acredite: se eu já o(a) desenhei, é porque você me importa. Truly.

sábado, 25 de setembro de 2010

Não sou obrigada.

Sempre tive noção do respeito ao espaço de cada um. Ao vir morar em São Paulo esse ano, essa noção foi reforçada, isso devido ao seguinte fato: em uma cidade com tantas pessoas - cerca de 11 milhões de habitantes -, é necessário que se aprenda a entender e respeitar os limites alheios, ou se torna impossível a tarefa de viver de um modo mentalmente saudável.
Já falei aqui, em outro texto, sobre a falta de educação no trânsito de pessoas nas portas dos trens. Falo agora sobre outro problema irritante, que é o uso de celulares como se fossem aparelhos de som, dentro dos transportes públicos. Como isso ocorre? A criatura pega o próprio celular e coloca para tocar nele uma música em um volume tão alto que é possível que todos ouçam e, é claro, os fones de ouvido - objetos que são comprados em qualquer camelô por 5 reais e que, geralmente, são vendidos juntamente com os aparelhos que tocam música - não são utilizados.
Outra situação, a qual já presenciei duas vezes, foi a utilização do espaço dos trens para a pregação de palavras religiosas, em alto volume também, logicamente.
É o seguinte: o fato de ser um espaço público não dá a ninguém o direito de fazer o que bem entender. Não é a sala de casa, na qual pode-se escutar a canção que quiser, e tampouco é o "culto" da Igreja, no qual todos supostamente desejam ouvir determinadas palavras, uma vez que para lá se locomoveram sabendo o que ocorreria. Quer ouvir música? Leve seus fones de ouvido. Quer falar as palavras da missa? Leve um caderno e escreva tudo o que desejar. Não sou obrigada a passar por esse tipo de situação desnecessária, e tampouco os outros. E ponto.
Pergunta-se: e por que você não reclama com a pessoa infame? Porque se eu o fizer, a criatura vai achar que está certa e comprará uma briga/discussão absolutamente ridícula - e não adianta dizer que isso poderia não ocorrer, porque obrigar todos a ouvirem algo em um momento/local que não é destinado a isso prova o tipo de pessoa que é quem o faz -, além de eu correr o risco dela(e) ser agressiva(o) e querer partir para a ignorância.
Cada um, cada um. Ando com meus fones de ouvido e meu caderno - que não é utilizado para palavras religiosas - na bolsa, e você?




P.S.: em todo ônibus/trêm/metrô está escrito que "é proibido o uso de aparelhos sonoros", enunciado da lei municipal número 6681/65. A lei desconsidera aparelhos sonoros utilizados com fones de ouvido.

domingo, 19 de setembro de 2010

Sobre fotografia alheia e diversões.

Ontem, durante o show do Lenine - o qual foi absolutamente maravilhoso, as always, não é mesmo? -, existiam criaturas tirando fotos de si mesmas com a câmera voltada para a minha direção.
Esse fato me fez lembrar de um pensamento que já tive várias outras vezes: nós aparecemos involuntariamente em muitas fotos alheias, e até mesmo sem perceber. Geralmente nunca sabemos o resultado dessas fotos ou o destino das mesmas, mas é curioso pensar no modo como saímos nelas. Será que ficamos engraçados? Com cara de bobos? Bonitos? Será que tiram sarro de nós quando percebem nossa presença esquisita ali no canto? Vai saber... Mas, de qualquer modo, não faz lá muita diferença.
Outra coisa que me passou pela cabeça foi a constatação de que, em um mesmo evento, cada um se diverte de uma forma diversa. Eu me diverti cantando junto e dançando na cadeira, outro se divertiu tirando fotos - um tanto irritante para os outros, mas...-, alguns preferiram trocar saliva avidamente, e por aí vai.
Isso é bem daquela frase: "gosto é que nem c*, cada um tem o seu". Eu prefiro assistir ao show assim, você assado (rs), e, no geral, tá tudo certo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Todo mundo tem.

Dom¹: sm (lat donu) 1 Dádiva, presente. 2 Merecimento, mérito. 3 Dote natural; talento, prenda, aptidão, faculdade, capacidade, habilidade especial para. 4 Bem que se goza, considerado como uma concessão da Providência.
(Dicionário Michaelis)

Como não sabia exatamente como começar esse texto, resolvi colocar a definição que achei no dicionário para a palavra que guiará esse escrito: "dom".
Falarei de dom porque esta tem sido uma palavra - e assunto - recorrente nos últimos dias - tudo bem, foram só duas vezes na verdade, mas é que eu preciso escrever sobre alguma coisa, veja bem.
Todo mundo tem um dom? Todo mundo precisa ter um dom para realizar uma atividade - seja profissão ou não? Talvez.. É que em alguns casos a necessidade de se ter o "talento", o "dote natural" é mais óbvia do que em outros, principalmente se estivermos falando sobre alguma área das artes.
Pensemos: uma atriz, para ser reconhecida e aclamada pelo público - e aqui consideremos aquele que não aceita qualquer porcaria do naipe do "Zorra Total" - precisa ter um mínimo de talento para atuar, porque a pura técnica, se tiver, não dá a essência da interpretação. E ao falar de reconhecimento aqui, prefiro nem entrar na questão das "facilidades" de se tornar ator/atriz por meio de caminhos não válidos como a fama conquistada com "Big Brothers" da vida. Claro, existem excessões, mas no geral.. E quem me disser que a tal da Massafera tem talento cairá no meu conceito automaticamente - sim, sou radical.
Um músico, um artista plástico, um estilista. Todos eles são pensáveis quando se fala na "obrigação" da existência dessa capacidade única, pois eles estariam exercendo atividades que, no imaginário popular, nem todos têm habilidade para executar - sem desmerecer as profissões "não artísticas" existentes e tampouco achar que qualquer um pode se encaixar nelas.
Mas e os demais? Os balconistas das lanchonetes, os vendedores de lojas, as faxineiras, os motoristas de ônibus?
Cada um deles precisa, sim, ter sua dose de talento. Balconistas e vendedores - que talvez não se difiram tanto em sua origem, considerando que ambos oferecem produtos para serem comprados - precisam ser simpáticos, eficientes e até mesmo pacientes com os clientes indecisos/irritados/irritantes, e isso requer a aptidão de saber lidar com as mais diversas pessoas. Eu, por exemplo, não a possuo - I'm not kidding.
Faxineiras têm que ter o (santo) dom de lidar com a sujeira - independentemente do nojo que esta possa causar - e com seus patrões, que podem ser realmente muito chatos.
O motorista precisa da habilidade de não se irritar com o trânsito - especialmente o paulistano - e com outros motoristas eventualmente idiotas, além de ter um bom senso de direção e espaço.
Em resumo: todos têm um talento, um dom. A questão é que uns são mais reconhecidos/admirados do que outros.
Mas é fato que toda habilidade precisa ser exercitada, ou ela não evolui. Quer exemplos? Acompanhe a carreira de um cantor, e tente "comparar" o seu primeiro disco com o último - mesmo que as propostas sejam diferentes. Ou acompanhe a minha pasta de desenhos e compare o primeiro com o último, =P.
É isso então: descobrir o que se tem, praticar e aproveitar os bons frutos da seqüencia. Ou qualquer coisa assim.