sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Misto.

Um misto de saudades e ansiedades me invadiu ontem enquanto olhava o mar. Saudades de algumas pessoas, de alguns tempos onde as preocupações eram outras. Ansiedade desse futuro ano que já - tão rápido - chegou e que me traz um turbilhão de coisas e mudanças - o último ano no colégio, o ano do vestibular, o ano em que vou voltar para o meu lugar (SP), o ano, O Ano, O Ano das Mil e Uma Ansiedades.
Engraçado isso, essa situação de saudades do passado e ansiedade do futuro. Estranho. Cadê o presente? Alô, presente? Tudo por perto, tudo ao lado menos ele, não sei onde foi parar. É tão estúpido isso de viver em função do que ficou atrás e do que está a frente, e não do que simplesmente está aqui, mas creio que agora é inevitável. O que fazer? Esperar.

Mudando de assunto, ontem assisti ao filme "O dia em que a Terra parou". Este não tem um roteiro excepcional, sacadas geniais ou coisa do tipo, mas há algo que o "salva": as críticas. Ao ser humano por não saber/querer cuidar do planeta em que vive, à prepotência do mesmo por achar que tudo - leia-se o suposto fim da raça humana (não do planeta) por uma decisão dos extraterrestres - pode ser resolvido com armas e mil esquemas de segurança planejados por covardes presidentes e whathevers, às desculpas de "nós podemos mudar" - aham - quando estão prestes a se foder belamente. É um bom filme por esse lado, eu gostei.

Então é isso, está falado.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O papel da televisão e afins.

Desde que nascemos, ficamos tão acostumados com a presença da televisão em nossas casas que nem reparamos no seu real papel. Quer dizer, reparamos sim - aqueles que pensam um mínimo além do que nos jogam na cara - mas não damos muita importância.
Lógico que todos sabem que esse aparelho quadrado - ou retangular, redondo, whatever - possui uma programação feita para nos distrair de coisas importantes como a política, a violência e outras . Mas há apenas dois dias eu reparei que a televisão, os filmes, as peças de teatro, servem também para nos distrair de possíveis tristezas que possamos ter em nossas vidas, e que não são relacionadas só aos fatos importantes (não que outros fatos não o sejam) - porque esses também são tristezas para uma nação.
Na verdade, lembro-me agora que, mesmo quando era criança, tive um vislumbre dessa idéia. Dessa vez ela veio mais forte, pois após assistir a micro série "Maysa", reparei que enquanto o fazia não pensei na morte da minha gata - a Linda Evangelista, sim, aquela gata tão fofa e saudável morreu há 2 dias envenenada, sabe-se lá se com intenção de alguém ou por um acidente, em uma escapada de casa que ela deu - e cheguei a me sentir um tanto agradecida por esquecer um pouco dessa infelicidade enorme (and now I'm crying, shit).
É engraçado como acordamos de um sonho que envolve a vida de outras personagens e voltamos à vida real quando um capítulo acaba. Retomamos as angústias, mágoas, choros, enfim.
O Carnaval, Carnatal e afins servem para as mesmas coisas. Imagine se as pessoas não tivessem algo com que se distrair, algo idiota com que se importar, se divertir. Provavelmente teríamos um mar de infelizes e desejosos de suicídio.
É triste que precisemos de algo para nos distrair de coisas assim, porque a vida não é um mar de rosas. Mas também se fosse não teria graça. Apenas acho que coisas como morte de animais não deveriam acontecer, não mesmo.
No fundo, tudo o que falei é tão óbvio, mas acho que dedicamos tão pouco tempo pra pensar nisso..

sábado, 3 de janeiro de 2009

Cobaias.

À 1:45 da manhã, depois de horas de tentativas frustradas de pegar no sono, acabei de fazer uma descoberta que não me deixa lá muito feliz: eu uso as pessoas como cobaias para me testar.
É isso mesmo, uso as pessoas para testar a minha capacidade em alguns aspectos, e isso soa e é repugnante.
As uso sem que saibam (acho) - e nem eu tinha plena consciência disso até agora - para ver até onde posso ir. Vejo até onde as minhas palavras podem envolvê-las, seja para conseguir persuadi-las a fazer algo ou para observar como posso resolver o meu desejo de pessoas. Gestos são raros nessas experiências, mas existem. Às vezes a minha intenção com esses gestos/palavras acabam dando na cara, mas nego descaradamente, e me vejo sendo asquerosa, mesmo.
Gente, como alguém usa as palavras para atrair ou afastar uma pessoa para a satisfação de suas próprias vontades? Caramba, isso é nojento! E eu fiz mais de uma vez! Ainda faço! Afasto, mas na hora que a minha vontade de algo - leia pessoa/contato com a mesma, nada material - vem, já começo a pensar em mudar as palavras pra chamar novamente! Mas me arrependo na hora e afasto antes que aconteça algo! Isso não é saudável.
Lógico que não é com todos de quem me aproximo que faço isso, claro que não. Na verdade são poucos, bem poucos, e sempre tenho outras intenções que não sejam a amizade, tampouco sejam relacionamentos, sabe? É o puro "uso" - tenho nojo de mim agora, sério, mas não encontro uma palavra melhor/menos pesada.
Isso tudo é péssimo, agora tenho consciência disso. Mas não posso negar que pra mim, que estou do lado "malévolo" da coisa, chega a ser divertido, por mais que me seja doloroso. E acreditem, muitas vezes dói bastante, provavelmente mais em mim do que nos outros.
Mas não se preocupem, vocês aqui não são cobaias, garanto.
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Às vezes acho que sou masoquista.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

O dia seguinte.

É engraçado observar o dia seguinte à uma fúria e as horas depois de um choro engolido. A fúria não vem mais - ou talvez seja só pelo motivo que foi, que por mais fula que tenha me deixado, era algo que, no fundo, eu queria (muito) - o choro, quando permitido sair, já não vem com tanta vontade. É estranho, mas é melhor por um lado.
Observar essa data - virada de ano - também é engraçado. Num dia, o povo "feliz", pulando, bebendo e fazendo merda. No outro, a cidade vazia, silenciosa, alguns jogados pela rua - sim, eu vi isso hoje enquanto caminhava - e o fim da euforia gratuita. Interessante.
Então é isso: boa volta aos que voltam, com a música que sempre acompanha, por favor, pra eu poder admirar mesmo sem poder.