terça-feira, 30 de maio de 2017

"Mas quem pode livrar-se, porventura,
  Dos laços que Amor arma brandamente
  Entre as rosas e a neve humana pura,
  O ouro e o alabastro transparente?
  Quem, de uma peregrina fermosura,
  De um vulto de Medusa pròpriamente,
  Que o coração converte, que tem prêso,
  Em pedra, não, mas em desejo aceso?"

Camões - Os Lusíadas.

Rosas e neve humana pura, ouro e alabastro transparente... Seria o amor sempre tão puro assim?
Talvez sim, e não pura é a paixão. Ambos me agradam. Duas coisas. Sempre duas coisas, rs.


segunda-feira, 15 de maio de 2017

Processes

Amadurecer é um processo lento - e às vezes doloroso -, mas é bom e essencial. Uma das melhores partes desse processo é perceber que podemos mudar de opinião sobre muitas coisas, e sem culpa - guilt-free, rs.
Muitos dos meus pontos de vista estão em metamorfose, e um deles é relacionado ao Pequeno Príncipe. Não me recordo se cheguei a ler o livro inteiro em algum momento da vida - se o fiz, faz muito tempo - ou se ele faz parte do hall de livros que "conheço" através dos comentários. Enfim, a questão é que tenho pensado sobre aquela frase que vez ou outra me soa piegas: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".
Até um tempo atrás eu concordava, mas hoje creio que não mais. Sentimentos mudam, relações mudam, situações e a percepção acerca delas também. A responsabilidade também se altera. Tu és responsável por aquilo que cativas enquanto a relação com o que foi cativado perdura e faz sentido. Se a relação muda, a responsabilidade muda junto.
A responsabilidade sobre o que existiu e as marcas deixadas, essa sim, é eterna. Porque, intencionais ou não, essas marcas trazem consequências - positivas ou negativas - advindas de algum tipo de escolha, e deixam memórias registradas em algum lugar, seja ele físico ou não.
Então, acho que uma melhor adaptação da frase seria: tu te tornas eternamente responsável pelas memórias que crias. Mais justo para todas as partes, creio.