terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Cheesy game.

Paixões, vícios, grandes estórias, dramas, complicações, trabalho duro. Sempre achei as coisas intensas extremamente belas.
Mas servem de que?
Para manter a vida ativa, talvez, para fazer valer a existência.
É difícil saber o que faz valer a existência, se sequer sabemos o porquê dela em si.
A existência assemelha-se a um grande jogo de tabuleiro, no qual para andar uma casa, é necessário decifrar uma charada atrás da outra. Charadas que misturam passado, presente e futuro, seu entendimento acerca de sua própria razão de ser e do seu papel na existência dos outros.
It's hard, baby. A gente joga um jogo cujas regras não sabemos, tampouco quando acaba ou o prêmio para o vencedor - e nem se há um prêmio ou vencedor.
Talvez o prêmio seja apenas - e não é pouca coisa - a oportunidade de jogar.



Fuck, these words sound cheesy, don't they?

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

(...) Vontade! - assim se chama o libertador e o mensageiro da alegria: - eis o que vos ensino, meus amigos; mas aprendei também isto: a própria vontade é ainda escrava.
O querer liberta; mas como se chama o que aprisiona o libertador?
"Assim foi": eis como se chama o ranger de dentes e a mais solitária aflição da vontade. Impotente contra o fato, a vontade é para todo o passado  um malévolo espectador.
A vontade não  pode querer para trás: não pode aniquilar o tempo e o desejo do tempo é a sua mais solitária aflição.
O querer liberta: que há de imaginar o próprio querer para se livrar da sua aflição e zombar do seu cárcere?
Ai! Todo o preso enlouquece! Também loucamente se liberta a vontade cativa.
A sua raiva concentrada é o tempo não retroceder; "o que foi"; assim se chama a pedra que a vontade não pode remover.
E por isso, por despeito e raiva, remove pedras e vinga-se do que não sente como ela raiva e despeito.
Assim a vontade, a libertadora, tornou-se maléfica; e vinga-se em tudo que é capaz de sofrer, de não poder voltar para trás.

Nietzsche knows stuff.