sábado, 25 de setembro de 2010

Não sou obrigada.

Sempre tive noção do respeito ao espaço de cada um. Ao vir morar em São Paulo esse ano, essa noção foi reforçada, isso devido ao seguinte fato: em uma cidade com tantas pessoas - cerca de 11 milhões de habitantes -, é necessário que se aprenda a entender e respeitar os limites alheios, ou se torna impossível a tarefa de viver de um modo mentalmente saudável.
Já falei aqui, em outro texto, sobre a falta de educação no trânsito de pessoas nas portas dos trens. Falo agora sobre outro problema irritante, que é o uso de celulares como se fossem aparelhos de som, dentro dos transportes públicos. Como isso ocorre? A criatura pega o próprio celular e coloca para tocar nele uma música em um volume tão alto que é possível que todos ouçam e, é claro, os fones de ouvido - objetos que são comprados em qualquer camelô por 5 reais e que, geralmente, são vendidos juntamente com os aparelhos que tocam música - não são utilizados.
Outra situação, a qual já presenciei duas vezes, foi a utilização do espaço dos trens para a pregação de palavras religiosas, em alto volume também, logicamente.
É o seguinte: o fato de ser um espaço público não dá a ninguém o direito de fazer o que bem entender. Não é a sala de casa, na qual pode-se escutar a canção que quiser, e tampouco é o "culto" da Igreja, no qual todos supostamente desejam ouvir determinadas palavras, uma vez que para lá se locomoveram sabendo o que ocorreria. Quer ouvir música? Leve seus fones de ouvido. Quer falar as palavras da missa? Leve um caderno e escreva tudo o que desejar. Não sou obrigada a passar por esse tipo de situação desnecessária, e tampouco os outros. E ponto.
Pergunta-se: e por que você não reclama com a pessoa infame? Porque se eu o fizer, a criatura vai achar que está certa e comprará uma briga/discussão absolutamente ridícula - e não adianta dizer que isso poderia não ocorrer, porque obrigar todos a ouvirem algo em um momento/local que não é destinado a isso prova o tipo de pessoa que é quem o faz -, além de eu correr o risco dela(e) ser agressiva(o) e querer partir para a ignorância.
Cada um, cada um. Ando com meus fones de ouvido e meu caderno - que não é utilizado para palavras religiosas - na bolsa, e você?




P.S.: em todo ônibus/trêm/metrô está escrito que "é proibido o uso de aparelhos sonoros", enunciado da lei municipal número 6681/65. A lei desconsidera aparelhos sonoros utilizados com fones de ouvido.

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