quinta-feira, 4 de novembro de 2010

E assim foi o fim.

O sol nascia lentamente. Um raio pálido entrava pelo canto da janela que a cortina não cobria, pois não fora puxada até o fim - Giullia fora puxada antes de terminar a ação.
O raio invasor iluminava seus cabelos louros e cacheados, criando ao redor deles uma aura quase angelical.
A pele, branquíssima, refletia a luz, que competia em palidez. Sua boca estava ligeiramente aberta, e indicaria um sono tranqüilo, não fosse o filete de sangue que escorria dela e manchava o lençol branco, agora já seco. O vermelho que ali ficou contrastava com o azul elétrico dos seus olhos, abertos e vidrados - outro indício de que ela já não dormia.
Já não respirava mais havia três horas, agora que o relógio marcava 5:40 da manhã.
Exceto pelo fato de que Giullia estava morta, tudo no apartamento parecia normal. Na escrivaninha, apenas um bilhete com duas palavras - "ela mereceu" - e um batom vermelho, servindo de peso para o papel.

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