segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Diversas imagens, um ser.

Há algumas semanas fui a uma "aula" de mitologia grega relacionada aos dias atuais. Na verdade, formávamos um grande grupo que, guiado pela história de Édipo, refletia sobre as falas dele e das demais personagens e, a partir daí, "filosofávamos" loucamente. Estou falando tudo isso para chegar a um ponto específico da conversa.
Em determinado momento - e aqui está o ponto -, falou-se das imagens que criamos das pessoas, e mesmo dos objetos. Por exemplo, a imagem que temos das nossas mães durante nossa infância e que, em alguns casos, não muda ao longo do nosso crescimento, pois nunca (?) achamos que nossas mães mudaram, enquanto pessoas de fora dessa convivência podem perceber essas alterações e ter imagens diferentes dessa mesma pessoa.
A partir desse ponto, comecei a pensar no que eu e as pessoas ao meu redor, no que nós pensamos sobre mim.
Já vi gente de um determinado grupo de amigos - e as características a seguir geralmente são observadas por amigos meus que provém do círculo de amizades da minha mãe - me achando legal, amorosa e qualquer outra coisa que eu geralmente não consigo identificar muito em mim mesma (é sério). Outros (amigos ou não) acham - com imensa razão, na maioria das vezes, aí posso garantir - que sou grossa, briguenta, chata e suas derivações. E não estou querendo fazer ninguém dizer que estou/estão enganada/enganados, embora possa parecer.
Apesar de todas as rotulações feitas pelas poucas pessoas com as quais tenho contato, existe uma imagem que se sobrepõe às outras: a que eu faço de mim. Pode ser considerada a mais importante - não que eu não goste de saber quais são as outras, é claro, não sou hipócrita, nesse sentido, pelo menos -, por ser eu a conviver com minhas paranóias, manias e doenças todos os dias, e por ser impossível mentir para essa pessoa - as sensações que aparecem juntamente com cada fato que ocorre não permitem disfarces.
Nessa reunião, falou-se que nenhuma dessas imagens é a absolutamente verdadeira, e que cada um pode ter uma (ou várias) interpretações, não sendo necessário que uma anule a outra.
Talvez - e acho que há grande probabilidade - as diferentes imagens que fazem de uma mesma pessoa só dependam da situação em que a observamos. Por exemplo: amigos da minha mãe e alguns amigos meus me viram várias vezes em ambiente familiar - tranqüila, sem pressa, sem irritações, sem barulhos desnecessários, brincando, rindo -, enquanto outros amigos/colegas me viram em sala de aula - irritadiça, resmungando, reclamando do barulho, séria, emburrada.
Então talvez seja tudo uma questão de interpretar essas diversas imagens - levando em consideração a situação em que a pessoa foi observada e a partir da qual foi gerada a imagem - e misturar tudo, porque em algum ponto cada uma delas estará certa (será?), e isso nos dará uma imagem mais precisa de alguém/algo (?).

Sei lá, eu só queria escrever algo. Talvez não tenha dado muito certo, mas é isso aí.

2 comentários:

  1. Olha, acredito que somos mesmo uma mistura de humores dependendo da situação em que nos vêem. Todo mundo é bom e mau, certo e errado, simpático e grosseiro, é que tem gente que enfatiza mais um lado do que o outro...ah...sei lá!! ;)

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  2. Ah, eu gostei. :D
    Eu conheço essas duas imagens que os outros fazem de você, hihi. Mas, de fato, tudo depende do momento. E acredito que, em algum ponto, essas imagens se interceptam e é aí que está a imagem real. Só que nossos olhos não a enxergam.
    E isso é a maior viagem. Mas uma coisa legal de se pensar e filosofar. :)

    Beigos, hermana! <3

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