sábado, 14 de fevereiro de 2009

Navegação.

Queria navegar nos oceanos cinzentos
Nos oceanos escondidos atrás dos mares morenos com sombras negras
Desvendar a grossa linha sobre a janela escura e secreta
As montanhas de finas pontas, recheadas de neve

Queria não uma grande navegação, mas sim uma navegação profunda
Ou não uma navegação, mas um mergulho em um daqueles submarinos
Por mais caro que custe à minha economia completamente planificada
Talvez não arrisque, mas que pode sofrer danos é fato

Não preciso perder-me, mas também não há mapa
Queria ser um daqueles navegadores conhecedores desses mares e oceanos
Não sendo um deles, vou assim mesmo tateando no escuro, aos poucos
Sem saber de nada

E não há, nem de longe, a certeza de um tesouro no fim do arco-íris
Apenas as ordens que essas águas dão-me, sigo obedientemente
Pois estas compõem o meu único mapa
Além das pistas que capturo no vento que, geralmente, sopra contra.

(Marina Evangelista)




"Nada no mundo é estanque". Nada.

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