domingo, 28 de fevereiro de 2010

Sobre o roteiro da vida.

Eu sempre soube que a vida tem um roteiro pobre: nascer, crescer um pouco, estudar, crescer mais, ir pra faculdade, trabalhar, namorar, casar, ter filhos, criá-los, envelhecer e morrer (talvez com inversão de ordem em algumas das cenas). Todo mundo sabe.
A história é que tem cenas no script que eu me recuso a fazer. Não quero casar e muito menos ter filhos. E PONTO.

Comecei a falar sobre isso agora porque hoje o assunto "filhos" surgiu em meio a uma conversa com o meu avô. Ele começou a falar que ser mãe é uma dádiva divina e ser pai é a melhor coisa do mundo. E que é ótimo ver as recompensas quando o filho conquista as coisas por si mesmo.

Olha, me desculpe, mas eu não quero ter responsabilidade sobre outra pessoa. Não quero ter que cuidar e orientar os caminhos da criatura para que ela não faça merda. Não pretendo assumir um contrato de responsabilidade vitalício só pra ficar feliz por meu (minha) filho (a) ter passado no vestibular da USP (detalhe, SE for responsável o suficiente pra conseguir isso, não querendo, de forma alguma, me gabar), muito obrigada. Não quero ser responsável por ninguém quando já acho impossivelmente trabalhoso ser responsável por meus próprios atos.

Meu avô disse que queria ter bisnetos. Respondi: "mas vai ter muitos, tem muitos netos". São 7, além de mim. "Mas não vou ter um bisneto seu". Sinto muito, mas não vai mesmo. Faço questão de passar a vida sem me preocupar se meu filho se droga ou se usa camisinha quando transa. Muito obrigada.

Não faço questão de ter netos, muito menos bisnetos. Minha linhagem pode acabar aqui mesmo, não me importo. Se der vontade, adoto. Já tem muita criança no mundo pra dar espaço pra mais uma.

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