terça-feira, 25 de agosto de 2015

Social Networks

Duas coisas: Até onde vai a exposição digital e até que ponto damos importância a qualquer tipo de manifestação (em todos as dimensões da palavra) virtual.

Se fosse começar a falar da quantidade de bobagens que postamos, desde as 50 fotos na academia até imagens de comida - e nessa eu mesma entro, de vez em quando -, ficaria aqui o dia todo. O que quero abordar é outro ponto: A exposição de sentimentos. Começa por aquele botãozinho que deixa você escolher o sentimento que está sentindo - feliz, com saudade, triste, aflito, whatever - para mostrar para todo o mundo, e termina por nós mesmos(as) botando a boca no trombone para falar dos nossos problemas, aflições e revoltas.
Acho que tudo isso gera uma energia. A partir do momento em que você expõe algo para outras pessoas verem, essa exposição desencadeia uma reação. Se é um sentimento bom, parabéns, seus amigos podem ficar felizes junto com você. Mas, ao mesmo tempo, aqueles não tão amigos assim podem não achar tão legal a sua demonstração de alegria, e aí vêm os olhos gordos, invejas, call it what you want..
Por outro lado, se forem sentimentos ruins, existem três afluentes: Seus amigos podem tentar te ajudar; os não tão amigos podem ficar satisfeitos por você não estar tão bem assim - seja lá por qual motivo for -, e você mesmo pode continuar a remoer uma coisa que não é legal, e aí aumenta o peso dessa bola negativa.
A partir daí, penso que a melhor saída é filtrar. Filtrar o que dizer. Acaba sendo um exercício saudável e, muitas vezes, depois que o sentimento passa, a sensação é de "ainda bem que não me desgastei". É aquilo: Dizer as coisas para quem realmente se importa, para quem realmente conta. É sempre melhor e evita muitas - não todas, mas muitas - conversas e conclusões paralelas.

Sobre a importância que damos às coisas no mundo virtual, o que tenho a dizer é que costumamos dar um peso muito grande para pequenas bobagens. Se postamos alguma besteira que possa render qualquer tipo de comentário mais acalorado, a coisa toda pode evoluir para uma discussão que não acaba mais - fale sobre a atual crise política/econômica do país, ou sobre feminismo/machismo, e o "fight" começa. O problema não é discutir sobre os temas polêmicos da atualidade, veja bem, mas sim o tamanho que isso toma em uma rede social. Amizades desfeitas, casamentos em crise, desgastes gerados por discussões que deveriam ser saudáveis e puramente racionais.
Isso sem falar nas "curtidas". É quase uma competição: Quem tiver mais, ganha. É o termômetro da atenção - e da necessidade dela. Se ninguém curte, rola até uma chateaçãozinha e um questionamento interno: "Puxa, mas foi tão legal o que eu falei, por que ninguém curtiu?" ou "será que a foto está feia e só eu acho que está bonita?". Enfim, deu até uma preguiça.
Em terra de curtida, quem tem dedão é rei (rs, que bobaagem).
Eu ainda prefiro comentar e curtir ao vivo. Com uma cerveja na mão, de preferência.

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